Fernando Santos recusa olhar para as contas que podem dar apuramento a Portugal para os oitavos de final do Campeonato da Europa, porque, sublinha, "só dependemos de nós".
Os resultados de segunda-feira abriram o cenário de qualificação para a próxima fase, mesmo em caso de uma derrota com a França, sendo para isso necessário também que a Hungria não vença a Alemanha.
O selecionador começa mesmo por aí, numa avaliação ao que os húngaros ainda podem fazer para concluir que Portugal tem de pensar apenas que depende apenas daquilo que pode fazer frente à França.
"Não podemos esquecer a Hungria, porque seria esquecer o jogo que fizeram com o campeão do mundo [empate a um com a França]. Não podemos fazer contas.Sabemos que só dependemos de nós, mas já sabíamos antes dos resultados de ontem [segunda-feira]", sublinha o treinador, em conferência de imprensa.
"Mais intensidade"
A derrota com a Alemanha foi assunto durante a conversa com o selecionador e foi tema bem debatido nos últimos dias no balneário. Fernando Santos identificou os problemas e os jogadores já sabem que será necessário fazer um jogo "mais intenso" para recuperar daquela partida e bater a França.
"Quero mais intensidade de jogo, que todos nós queremos. Temos de encontrar o equilíbrio necessário de um campeão Europa. Se estivemos concentrados, se equilibrarmos a nível de intensidade, quando tivermos bola e sairmos a jogar, vamos obrigar o adversário a desgastar-se. Temos de defender bem e atacar bem", resume.
No treino, explica o técnico, "não dá para melhorar intensidade e agressividade", mas, ressalva, para que tal aconteça é necessário ter os jogadores frescos. O trabalho, nestes dias, passou muito por "recuperar os jogadores" física e mentalmente.
A intensidade tem de ser colocada dentro do campo. Fizemos a introspeção, analisámos o jogo [com a Alemanha] e todos concluímos que a matriz de Portugal não esteve em campo. Houve vontade, mas faltou mais qualquer coisa. Todos temos noção de que alguma coisa não correu bem. Só com a Hungria tínhamos sofrido três golos [em 58 jogos", recorda.
Há uma segurança que Fernando Santos garante que é a de ter jogadores "experientes, que estão habituados a reagir, porque jogam ao mais alto nível, ao domingo e à quarta".
"Talvez vá mudar todos"
O selecionador já disse, em conversa com os jornalista em Budapeste, que vai promover alterações no 11 inicial, esclarecendo que o fará, sobretudo, por uma questão física, de desgaste de algumas unidades e não por castigo, devido a qualquer erro.
Questionado sobre o tema, o treinador começou por brincar, afirmando que "talvez vá mudar todos". Mais a sério, reforçou que "há momentos, até pelo cansaço natural de jogar com 34ºC, que é necessário mudar".
Será com uma equipa com algumas diferenças, em relação à que alinhou de início com Hungria e Alemanha, mas com a matriz de sempre, que não esteve presente em todos os momentos no jogo com os germânicos.
A França é um adversário bem conhecido de Portugal e Fernando Santos reconhece que os jogos recentes, para a Liga das Nações, entre as duas seleções foram a base de trabalho para o desafio desta quarta-feira.
Os gauleses não contam com Dembelé, do Barcelona, por lesão, e a seleção nacional não contará com Nuno Mendes, ainda a recuperar dos problemas físicos que o têm afastado do trabalho. João Félix volta a ser opção.
O Portugal-França, decisivo para Portugal nas contas do apuramento para os oitavos de final do Euro 2020, acontece esta quarta-feira, às 20h00, em Budapeste. Jogo com relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.