A Solenidade de Todos os Santos, que assinala a 1 de novembro, celebra “Deus como raiz e fonte de toda a Santidade”, mas também a “memória de todos os Santos” e o “testemunho” de cada pessoa “na luta pela santidade”, explica o padre Alexandre Palma, professor universitário e vice-reitor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
Além de se celebrar “O Santo, que é sempre Deus”, nesta ocasião, adianta o sacerdote, faz-se memória do “testemunho de vivência” de Santidade que, “ao longo da História, a Igreja e o Cristianismo vão documentado”. Evoca-se, portanto, a vida de homens e mulheres que, durante séculos, construíram “um capital de Santidade vivida, alegremente testemunhada”. Mas não só. “Celebramos também a Santidade como atualidade, como presente e futuro”, refere.
“O maior testemunho de santidade está na vida comum”
Ser Santo, diz o padre Alexandre Palma, é “traduzir o Evangelho para cada tempo, para cada contexto de vida, para cada biografia, para cada rede de relações”. “A Santidade joga-se num misto entre escondimento e visibilidade”, afirma.
“Acontece nas pequenas coisas de todos os dias, às vezes silenciosas. É a maneira como se vive determinada realidade, como se faz festa, como se sofre, como se olha o outro, como não se procura o primeiro lugar. Portanto, há uma dimensão de escondimento, de vida interior, mas que obviamente se traduz para fora, acabando por se visibilizar.”
Ainda que, ao longo da história, a Igreja tenha reconhecido a santidade de muitos homens e mulheres, “o maior volume de testemunho de santidade está na vida comum”, considera. “É gente santa, gente boa que foi construindo a sua vivência, o seu testemunho, mesmo que o seu nome não perpetue nos altares ou nas narrativas dos santos”.