No congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, em Gondomar, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que "o processo de privatização da TAP é muito importante" e que deseja vê-lo fechado com rapidez, manifestando a convicção de que vai haver interessados.
"Sempre achei que o grande objetivo da reestruturação é preparar para a privatização. Tenho a convicção de que vai haver interessados. Eu não sou um otimista excessivo, mas penso que aquilo que infelizmente não foi possível fechar em março de 2020 por causa da pandemia possa ser viável fechar no mais curto lapso de tempo possível", referiu.
O Presidente da República foi questionado sobre uma notícia avançada esta manhã de que a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, se prepara para exigir mais de três milhões de euros de indemnização pelo pagamento dos salários e um bónus a que teria direito até ao fim do contrato, mas especificamente a essa matéria não respondeu, optando por sublinhar a necessidade de fechar o processo de privatização.
"É muito importante para Portugal e para os portugueses que contribuíram com o seu dinheiro ao longo de tantos anos, o termo de um processo que convém que acabe com alguma rapidez", concluiu.
Marcelo considera “justíssimo” fiscalizar “aproveitamentos excessivos”
Em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre a notícia avançada pelo Expresso de que o Governo está a estudar alterações à lei para fixar um limite para as margens de lucro, o Presidente da República considerou ainda que "é justíssimo" fiscalizar possíveis "aproveitamentos excessivos" em preços de produtos básicos.
"Em relação a aproveitamentos excessivos e injustificados em todos os produtos, principalmente em meios básicos, isso é justíssimo. Relativamente ao resto é preciso conhecer as ideias em pormenor", disse.
"O mais importante é ter a noção de que não é legítimo que, além daquilo que haja na inflação provocado por custos exteriores e consequências interiores, haja quem tire proveito disso para fins especulativos e isso deve ser controlado e fiscalizado. Essa é uma preocupação que até o Governo já afirmou e pôs no terreno", defendeu o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que todos "esperam e precisam" que haja uma recuperação do crescimento, mas recordou que "isso depende muito daquilo que acontecer no mundo e na Europa".
Segundo a notícia publicada pelo Expresso, se os preços dos produtos alimentares essenciais não baixarem nas próximas semanas, o Governo vai atuar e está neste momento a estudar várias medidas e não exclui, por exemplo, vir a fixar - mesmo que excecionalmente e com carácter temporário - um limite para as margens de lucro de produtores, industriais e distribuidores