A greve dos enfermeiros regista, esta terça-feira, níveis de adesão nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde de 63,6%, segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em conferência de imprensa realizada em frente do Hospital de São José, em Lisboa, José Carlos Martins adiantou que o balanço feito às 11h00 indicava que havia blocos operatórios com níveis de adesão à greve superiores aos 63,6%, apontando o caso dos hospitais da Figueira da Foz, de Abrantes e a Maternidade Bissaya Barreto, em que a adesão foi de 100%.
No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a adesão à paralisação fixou-se nos 72,7% e no hospital de São João, no Porto, em 73,9%.
Para o presidente do SEP, estes dados significam que os enfermeiros “continuam insatisfeitos” e exigem que o Governo cumpra o compromisso assumido no processo negocial iniciado em 2017.
José Carlos Martins indicou que os enfermeiros esperam que a nova equipa do Ministério da Saúde, tutelada por Marta Temido, apresente “a proposta da carreira nos termos do protocolo” que foi negociado pela anterior equipa, liderada por Adalberto campos Fernandes.
Os enfermeiros regressaram hoje à greve nacional de seis dias iniciada na semana passada e que teve níveis de adesão entre os 70 e os 75%, segundo os sindicatos.
Os sindicatos exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.
Os enfermeiros reivindicam ainda “a valorização económica do trabalho” e a sua dignificação, nomeadamente com o reconhecimento da categoria de enfermeiro especialista e uma categoria na área da gestão, “o reconhecimento da penosidade da profissão”, através da compensação de quem trabalha por turnos, e a reposição dos critérios para a aposentação 35 anos de serviço e 57 de idade.