O médico Artur Carvalho, envolvido no caso do bebé que nasceu com malformações graves em Setúbal, tem 14 queixas em averiguação no conselho disciplinar sul da Ordem dos Médicos.
A atualização do número de queixas em relação a este obstetra foi feita, esta quarta-feira, no Parlamento pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que divulgou dados que lhe foram transmitidos pelo conselho disciplinar sul.
Na altura em que foi divulgado o caso do bebé de Setúbal, havia cinco processos pendentes em relação ao médico Artur Carvalho, pelo menos um desde 2013.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma audição na comissão parlamentar de saúde, o bastonário indicou que desconhece o teor das novas queixas que, entretanto, chegaram, além da que diz respeito ao bebé de Setúbal com malformações graves.
"Não parecem ser questões tão graves", acrescentou apenas.
Miguel Guimarães foi esta quarta-feira ouvido no Parlamento sobre o caso do bebé de Setúbal a quem o médico Artur Carvalho realizou as ecografias, numa audição pedida pelo PAN.
O obstetra Artur Carvalho foi, entretanto, suspenso preventivamente pelo conselho disciplinar, mas só depois da divulgação do caso do bebé com malformações graves, que nasceu sem olhos, sem nariz e parte do crânio.
As ecografias foram realizadas por Artur Carvalho, que nunca sinalizou malformações, numa clínica privada em Setúbal, supostamente ao abrigo de uma convenção com o SNS, que afinal não existia.
A irregularidade foi, entretanto, detetada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa.
As queixas a este médico tornaram-se públicas com o nascimento de Rodrigo, no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, a 7 de outubro, sem olhos, nariz e parte do crânio.
Durante a gestação, foram efetuadas as três ecografias habituais com o obstetra, mas os pais nunca foram alertados para a existência de qualquer malformação no bebé.