Os órgãos nacionais do PSD e do CDS vão aprovar esta terça-feira o acordo de Governo negociado por dirigentes dos dois partidos, que será assinado na quarta-feira de manhã, num hotel de Lisboa, disseram à agência Lusa fontes da coligação.
Na sequência da vitória da coligação PSD/CDS-PP, sem maioria absoluta, nas eleições legislativas de domingo, os órgãos de direcção mais restritos dos sociais-democratas e dos centristas reuniram-se na segunda-feira e mandataram representantes para ultimarem uma proposta de acordo político de Governo.
Como representante do PSD foi indicado José Matos Correia, enquanto o CDS-PP mandatou Pedro Mota Soares para essa negociação.
Depois de reunirem as respectivas comissões políticas nacionais durante a tarde, hoje à noite PSD e CDS-PP vão realizar reuniões dos seus conselhos nacionais, órgãos máximos entre congressos, para debater e aprovar o acordo político de Governo que foi negociado.
A assinatura do acordo de Governo decorrerá na quarta-feira de manhã, num hotel de Lisboa, à semelhança do que aconteceu há quatro anos.
No discurso de vitória da coligação PSD/CDS-PP nas eleições legislativas de domingo, o presidente dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, anunciou que os dois partidos iriam, "de forma muito expedita", reunir os respectivos órgãos nacionais para formalizar um acordo de Governo.
"Já acertei com o doutor Paulo Portas, em consequência do resultado que registámos nestas eleições, que iremos promover de forma muito expedita à convocação dos órgãos nacionais dos respectivos partidos para formalizar um acordo de Governo, que sempre esteve subjacente ao acordo de coligação", declarou Passos Coelho, num hotel em Lisboa onde a coligação PSD/CDS-PP acompanhou a noite eleitoral.
Com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ao seu lado, Passos Coelho acrescentou: "Nestes primeiros dias da semana, portanto, faremos, como nos compete, o passo que é indispensável para que se possa comunicar ao senhor Presidente da República que a força política mais votada nas eleições está disponível para formar o Governo, e com isso contrair todas as responsabilidades inerentes aos resultados das eleições".
A coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu as eleições legislativas de domingo com 38,55% (104 deputados), perdendo a maioria absoluta, enquanto o PS conseguiu 32,38% (85 deputados), o BE subiu a terceira força política com 10,22% (19 deputados) e a CDU alcançou 8,27% (17 deputados). O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) vai estrear-se no parlamento, com um deputado (1,39% dos votos). Faltam apurar os votos dos círculos da emigração, que elegem quatro deputados.