"Temos de salvar o ambiente, mas é para os humanos viverem no ambiente", disse Henrique Raposo, no comentário desta sexta-feira no programa Três da Manhã, da Renascença. O comentador falava sobre a decisão de Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, de criar normas que regulem a atividade das trotinetes na capital.
Raposo crítica a "pouca resistência a tudo o que é novo" de jornalistas, comentadores e estrelas mediáticas. De seguida deu o exemplo de Elizabeth Holmes, criadora da Theranos, que durante muito tempo enganou investidores e os pares em Silicon Valley.
O comentador assinalou ainda aquilo que entende ser o "pouco espirito crítico a tudo o que é novo, moderno e verde".
Ainda em relação às trotinetes, o mesmo entende que para a "salvação do ambiente não podemos inventar soluções que ao não serem regulamentadas, são um problema de saúde mortal".
Raposo assinala ainda a experiência pessoal que tem nestes casos. "Eu vivo ao pé de escolas, num cruzamento, onde passam milhares de crianças e jovens todos os dias. Todos os dias há problemas com trotinetes. E por isso eu saúdo o Carlos Moedas por finalmente seguir o exemplo do Rui Moreira que foi muito criticado no Porto há uns anos, porque quis regulamentar", adianta.
Acrecenta ainda que considera a questão das trotinetes um "assunto muito grave". "Morreram cinco pessoas [em acidentes com trotinetes]", quantificou.
Henrique Raposo somou ainda as 6.300 chamadas que o INEM recebeu por acidentes com bicicletas, skates e trotinetes, durante o ano passado. "Triplicou em quatro anos", avançou.
De seguida criticou o atual ministro das Finanças, e ex-preidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina que "vendeu as trotinetes como um grande hábito, quase moralmente superior".
"Tudo o que apareça com a capa de moderno, verde, cool, fixe, ambiental, é aceite sem qualquer tipo de espirito critico", rematou.