Zuckerberg no Parlamento Europeu para explicar o que faz com os nossos dados
22-05-2018 - 14:43

O fundador do Facebook vem à Europa explicar o que a rede social está a fazer para impedir que alguém interfira nas eleições europeias, em vésperas de entrar em vigor a Lei de Proteção de Dados da UE.

O CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, vai ser ouvido esta terça-feira no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, sobre a utilização que a sua empresa faz dos dados pessoais dos utilizadores da rede.

Este encontro de Zuckerberg com os líderes das diferentes famílias políticas europeias, que se realiza esta tarde pelas 18h15 (17h15 em Portugal), servirá para que o CEO do Facebook explique o que pretende fazer para “defender os cidadãos europeus” antes das próximas eleições europeias, sublinhou o presidente do PE, Antonio Tajani.

“Queremos saber o porquê de o Facebook ter decidido pôr na mesa o nome dos cidadãos europeus e pretendemos perceber o que vão fazer antes das eleições europeias. É um debate muito importante, queremos saber a história e o que querem fazer nos próximos meses para defender os cidadãos europeus”, elucidou o presidente do PE, em vésperas de entrar em vigor a nova Lei de Proteção de Dados da UE.

O Facebook explicou, por sua vez, que a reunião no PE permitirá à empresa “dialogar, escutar os pontos de vista (dos eurodeputados) e demonstrar as medidas” que estão a ser tomadas pelo gigante da internet “para melhor proteger a vida das pessoas”.

Apesar de o encontro acontecer à porta fechada, o Presidente do Parlamento Europeu avançou, na sua página no Facebook, que a conversa com Mark Zuckerberg será transmitida na rede social.

Depois de Bruxelas, na quarta-feira Mark Zuckerberg será recebido em Paris pelo Presidente de França, Emmanuel Macron, juntamente com cerca de 50 dirigentes de grandes empresas.

Esta conversa acontece a poucos dias da entrada em vigor do novo regime europeu de proteção de dados, que obriga as empresas que lidam com dados de cidadãos europeus a ajustar os seus termos de utilização para garantir a proteção da sua privacidade.

Na sequência do escândalo Cambridge Analytica, Mark Zuckerberg foi ouvido durante dois dias no Congresso norte-americano sobre a forma como a rede social tem lidado com os dados dos seus utilizadores.

Numa dessas audiências, Mark Zuckerberg reconheceu que a nova lei de proteção de dados europeia tem "algumas coisas boas".

Numa conferência telefónica com vários jornalistas, dias depois da eclosão do caso revelado pelo "New York Times" e pelo "Observer", o cofundador e atual presidente-executivo (CEO) da empresa que detém o Facebook, WhatsApp e Instagram revelou que a sociedade de consultoria britânica Cambridge Analytica terá acedido aos dados de 87 milhões de utilizadores - bem mais do que os 50 milhões de utilizadores que a investigação do "Guardian" e do "New York Times" tinha divulgado inicialmente.

Uma estimativa do próprio Facebook prevê que, em Portugal, a Cambridge Analytica terá recolhido os dados de cerca de 63 mil utilizadores.