O Papa dedicou a catequese desta quarta-feira a três dificuldades que se enfrentam na oração: a distração, a aridez e a acídia, também conhecida como preguiça espiritual. Para as combater, Francisco apelou à perseverança, mesmo no meio das incertezas e agruras.
Quando surge a incompreensão ou o desalento e não se percebe onde está Deus, o Papa incentiva ao protesto. “Muitas vezes, protestar diante de Deus também é uma forma de rezar, porque às vezes o filho zanga-se com o pai e é um modo de se relacionar com ele”.
O Santo Padre garante que Deus responde sempre e deixa-nos um conselho. “Não se esqueçam da oração do ‘porquê?’. É a oração que fazem as crianças quando começam a não entender as coisas e os psicólogos chamam-lhe ‘a idade dos porquês', porque a criança pergunta ao pai: ‘Pai, porquê…? Pai, porquê…?'. Ora, quando nos zangamos um pouco com Deus estamos a atrair o coração de nosso Pai para a nossa miséria, para a nossa dificuldade, para a nossa vida”, lembrou.
“Mesmo nas nossas expressões mais duras e amargas, Ele vai recolhê-las com o amor de um pai, e vai considerá-las como um ato de fé, como uma oração.”
Para reforçar o valor da oração, independentemente das circunstâncias do dia a dia, o Santo Padre improvisou várias vezes, com episódios concretos da vida. “Muitas vezes estamos ‘em baixo’. São aqueles dias cinzentos, mas o perigo é ter o coração cinzento. Quando o ‘estar em baixo’ atinge o coração e o põe doente... é terrível”, afirmou o Papa.
“Não se pode avançar com uma aridez espiritual. O coração deve estar aberto e luminoso, para entrar a luz do Senhor. E se não entra, devemos aguardá-la, com esperança.”
No final da audiência geral deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.
“Nestes dias de preparação para a festa de Pentecostes, peçamos ao Senhor que derrame em nós a abundância dos dons do seu Espírito, para que, firmes na oração, encontremos a força do Alto que nos torna testemunhas de Jesus até os confins da terra. Obrigado”, disse.