Marcelo Rebelo de Sousa distingue datas de comemoração nacional de celebrações promovidas por partidos ou organizações sociais. “Não me parece que o vírus mude a sua natureza de acordo com a natureza das iniciativas”, afirmou o Presidente da República neste domingo de manhã.
De visita ao Mercado Municipal da Ericeira, o chefe de Estado foi muito claro na demonstração da sua opinião sobre a realização da tradicional Festa do Avante, organizada pelo PCP e que o partido sustenta que não se enquadra no rótulo “festivais”.
“Em relação a isso é muito simples: do que se trata é de as autoridades sanitárias, em função da situação sanitária vivida num determinado momento, dizer o que é possível e não é possível fazer. Tem de valer para todos. O que se disser, vale para A, para B, para C”, defendeu.
“Eu, por exemplo, gostaria muito de em setembro ir à Festa do Viso, que é uma festa tradicional em Celorico de Basto, que reúne milhares de pessoas. Mas tem de se esperar para ver”, apontou.
E reforçou: “as autoridades sanitárias dirão, em relação a iniciativas não apenas partidárias, mas também populares, sociais, festas tradicionais, romarias, se sim se não, em que condições sanitárias. E dirão em função daquilo que se viver naquele momento”.
Instado a comentar o que aconteceu por altura do 1.º de Maio, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que o que tinha em mente, quando abriu a porta a essa celebração, era que fosse simbólica.
E marca a diferença das situações. “O 1.º de maio, como o 25 de abril como o 10 de junho são cerimónias nacionais a que correspondem feriados nacionais e pareceu-me óbvio que, não estando a democracia suspensa, pudessem ser celebrados simbolicamente”.
“O 25 de abril foi celebrado simbolicamente, o 10 de junho será comemorado simbolicamente e, como sabem, o meu pensamento para o 1.º de Maio era uma celebração simbólica”, afirmou aos jornalistas.
“Outra coisa completamente diferente são atuações, atividades, celebrações de partidos, organizações sociais, organizações políticas ou da sociedade civil”, concluiu.
Depois de o Governo ter decidido que festivais e espetáculos “de natureza análoga” só seriam permitidos com lugares marcados e regras de distanciamento, o PCP levantou a voz para dizer que a Festa do Avante! não é um festival e que os comunistas “são muito criativos”.
Em entrevista ao Porto Canal, há uma semana, o secretário-geral do PCP refere que a posição do partido não está fechada, que a realização do evento será avaliada e reconheceu que ainda “faltam muito meses” até setembro.