"Não gastem a vida com coisas triviais por medo das críticas", pede Papa
25-06-2023 - 12:00
 • Aura Miguel

"Ainda hoje, de facto, alguém pode ser ridicularizado ou discriminado se não seguir certos modelos da moda que, no entanto, muitas vezes colocam realidades de segunda categoria no centro."

A Igreja, desde o início, conheceu sempre muitas perseguições, afirmou hoje o Papa durante o Angelus. “Parece paradoxal: a proclamação do Reino de Deus é uma mensagem de paz e justiça, fundada na caridade fraterna e no perdão mas, ainda assim, encontra oposição, violência e perseguição. Jesus, no entanto, diz para não ter medo: não porque tudo estará bem no mundo, mas porque para o Pai somos preciosos e nada do que é bom se perderá”, afirmou.

Nas reflexões sobre o Evangelho deste domingo, Francisco alertou para o risco de se gastar a própria vida com coisas triviais e desperdiçar o tempo com opções “que não enchem a vida de significado”, com medo das críticas do mundo.

”Ainda hoje, de facto, alguém pode ser ridicularizado ou discriminado se não seguir certos modelos da moda que, no entanto, muitas vezes colocam realidades de segunda categoria no centro: as coisas em vez das pessoas, o desempenho em vez das relações” reconheceu o Papa. ”Permanecer fiel ao que conta custa; custa ir contra a maré, libertar-se do condicionamento do pensamento comum, ser deixado de lado por aqueles que ‘seguem a onda’. Mas não importa; o que importa é não deitar fora o bem maior: a vida. Só isso deveria nos assustar”, alertou Francisco.

No final da oração do Angelus, o Santo Padre lamentou o motim numa prisão feminina nas Honduras que, há dias, provocou a morte de 41 reclusas. Francisco referiu-se também ao desaparecimento de Emanuela Orlandi, uma jovem de 15 anos cujo pai trabalhava no Vaticano, cujo desaparecimento há 40 anos está, até hoje, por explicar.

“Desejo aproveitar esta circunstância para exprimir, uma vez mais, a minha proximidade aos familiares, sobretudo à sua mãe, e assegurar a minha oração. Rezo também por todas as pessoas desaparecidas.”