O primeiro-ministro britânico aumentou esta sexta-feira a pressão sobre a função pública para que se prepare "rapidamente" para um cenário de Brexit sem acordo.
Numa carta enviada a todos os funcionários públicos, Boris Johnson diz que devem encarar a possibilidade de uma saída da União Europeia sem qualquer acordo a 31 de outubro como a sua "máxima prioridade".
Ao mesmo tempo, o novo chefe de Governo também exigiu aos funcionários e conselheiros do n.º 10 de Downing Street que cancelassem as suas férias de verão, obrigando-os a trabalhar durante todo o mês de agosto para se prepararem para este cenário, avança a "Sky News".
Pelo contrário, os deputados estão de férias e só regressão a Westminster a 3 de setembro.
Neste momento, o Reino Unido está mais encaminhado do que nunca para uma saída sem acordo, numa altura em que Johnson continua a exigir a Bruxelas que volte à mesa de negociações e altere os termos da saída definidos no acordo que a sua antecessora, Theresa May, firmou com a UE.
Na carta enviada esta sexta-feira, o primeiro-ministro começa por elogiar o serviço "altamente respeitado" que os funcionários do Estado têm prestado e o "duro trabalho" que já encetaram para se prepararem para uma saída sem acordo.
"Prepararmo-nos rápida e urgentemente para esta possibilidade de uma saída sem acordo será a minha máxima prioridade e será igualmente a máxima prioridade de toda a função pública", sublinha Boris Johnson.
"A partir de hoje e até à saída [marcada para 31 de outubro] devemos comunicar claramente ao povo britânico quais são os nossos planos para reavermos o controlo, o que é que as pessoas e as empresas têm de fazer e que apoio lhes vamos prestar", acrescenta a missiva.
No fim, Johnson diz que "preferia muito mais sair com um acordo" mas contrapõe: "Reconheço que isto pode não acontecer."