O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, ordenou às forças de segurança que retirem ou apreendam as bandeiras palestinianas exibidas em espaços públicos.
"É inconcebível que os infratores da lei agitem bandeiras terroristas, incitem e encorajem o terrorismo. Dei instruções para remover do espaço público as bandeiras que apoiam o terrorismo e para impedir o incitamento contra o Estado de Israel", declarou Ben Gvir, segundo o jornal The Jerusalem Post.
O também líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit (Poder Judeu) defendeu no domingo que "a liberdade de expressão não se estende à identificação com um terrorista e aqueles que querem prejudicar os soldados das IDF", as Forças de Defesa de Israel.
A ordem surge veio após os palestinianos terem saído às ruas para comemorar a libertação, no último fim de semana, de Karim Younis, após ter cumprido uma pena de prisão de 40 anos pelo assassinato de um soldado israelita em 1980.
Também o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu acusou os manifestantes de "incitação selvagem que não foi condenada pela oposição ou pelos principais média".
No domingo, o governo palestiniano denunciou que Israel cancelou a autorização de entrada no país ao seu chefe da diplomacia, Riad al-Maliki, a quarta restrição registada a funcionários políticos palestinianos num só dia.
Horas antes, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou a retirada da autorização para três altos funcionários da Autoridade Palestiniana que se reuniram na quinta-feira no norte de Israel com Karim Yunis: o governador de Nablus, Mahmud al Alul, o ex-embaixador no Iraque Azam al-Ahmad e o ex-Presidente interino da Autoridade Palestiniana Raui Fattu.
Na sexta-feira, o novo Governo de Israel aprovou uma série de medidas punitivas contra a liderança da Autoridade Palestiniana como represália à pressão que está a fazer na ONU contra a ocupação israelita.
Entre as medidas aprovadas pelo gabinete de segurança do Governo, repleto de aliados de extrema-direita e religiosamente conservadores de Netanyahu, está a que permite a Israel reter 39 milhões de dólares (36,8 milhões de euros) destinados à Autoridade Palestiniana, transferindo esse montante para um programa de compensação para as famílias das vítimas israelitas de ataques de militantes palestinianos.
Outra medida é a decisão de Israel reduzir ainda mais as verbas que normalmente transfere para a Autoridade Palestiniana, uma quantia igual à que a executivo palestiniano pagou em 2022 a famílias de prisioneiros e mortos palestinianos no conflito, incluindo militantes implicados em ataques contra israelitas.
O novo Governo de extrema-direita de Israel prometeu priorizar a expansão dos colonatos e legalizar os postos avançados construídos ilegalmente.