O PCP indicou apenas dois deputados para serem vacinados no âmbito do plano de vacinação dos órgãos de soberania. Os restantes oito deputados, incluindo o líder do partido, Jerónimo de Sousa, serão vacinados de acordo com a ordem definida no plano geral de vacinação.
“O PCP considera que a questão prioritária acerca da vacinação contra a Covid-19 não é a vacinação dos órgãos de soberania, mas sim a de garantir que haja vacinas suficientes para a vacinação dos portugueses e o cumprimento dos objetivos definidos no plano de vacinação”, começa por dizer o PCP no comunicado enviado às redações.
Os comunistas entendem que “há órgãos do Estado cujas atribuições e competências específicas são relevantes no combate à epidemia” e admite que os titulares desses órgãos devam ser considerados nesta fase de vacinação. Por isso, acrescentam, o PCP considera “que a vacinação na Assembleia da República poderia ser considerada em função da necessidade de manter as condições para o exercício das suas competências e a sua capacidade de deliberação, não devendo ir além disso”.
Respeitando esses critérios, o PCP indicou para vacinação apenas os seus deputados que integram a mesa da Assembleia da República: o vice-presidente da AR António Filipe e a secretária da Mesa Ana Mesquita.
Já na terça-feira o secretário-geral do PCP tinha anunciado que preferia ser vacinado como cidadão e não como deputado. Na mesma ocasião, uma conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Comité Central comunista, Jerónimo de Sousa também defendeu que Portugal compre vacinas fora do que que negociado pela Comissão Europeia. Uma ideia reforçada agora pelo comunicado do grupo parlamentar.
“Portugal não pode ficar sem vacinas por estar limitado aos contratos feitos pela União Europeia com farmacêuticas que não têm capacidade de produção suficiente e não aceitam subcontratar a produção de vacinas nem partilhar ou suspender patentes. É preciso garantir a diversificação da aquisição das vacinas para que os objetivos de vacinação sejam concretizados”, defendem os comunistas.
Os órgãos de soberania foram incluídos na fase de vacinação contra a Covid-19 que se inicia na próxima semana. O primeiro-ministro fez um despacho e enviou uma carta aos diversos órgãos (Presidência, Assembleia da República, tribunais) para que definam e indiquem quais os seus membros e funcionários que são prioritários.
No Parlamento, o Bloco de Esquerda já divulgou que não vai indicar nenhum deputado, mas entende que o presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, deve ser vacinado.