A nova ronda de sanções da União Europeia à Rússia deverá incluir a alegada namorada de Vladimir Putin, Alina Kabaeva, e o líder da Igreja Ortodoxa, o patriarca Cirilo, de acordo com duas fontes ao The Guardian que citam o documento preliminar da UE, juntando-se a uma lista que já inclui mais de mil oligarcas e pessoas próximas do presidente russo.
O documento terá ainda de ser aprovado pelos governantes dos 27 Estados-membros e pode ainda ser alterado antes do debate e votação, que decorre esta sexta-feira. O pacote conta também com o embargo gradual ao petróleo russo e descreve Cirilo com o seu nome de nascença, Vladimir Gundyayev, e Alina como alguém “próxima a Vladimir Putin”
A primeira vez que o seu nome foi ligado ao de Putin foi em 2008, quando um jornal de Moscovo anunciou que o presidente russo se tinha divorciado em segredo da mulher Lyudmila e que estava a planear casar com a ginasta rítmica, vencedora de uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2004. Alina era então deputada do partido de Putin, o Rússia Unida.
O Kremlin negou a história mas, cinco anos depois, o líder russo anunciou a separação. Em 2014, Alina abandonou o parlamento da Rússia e tornou-se diretora de um grupo de comunicação social pró-Kremlin. Na lista de sanções russas estão já as duas alegadas filhas de Putin: Maria Vorontsova e Katerina Tikhonova.
Entre as atualizações à lista de sanções estão também a família do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que também tinha sido sancionado na anterior ronda. A UE explica o nome de Tatiana Navka pelo matrimónio com Peskov, mas também por ser co-proprietária de um edifício na Crimeia, território anexado pela Rússia à Ucrânia em 2014. O filho, Nikolay, está na lista por usar o dinheiro do pai e a filha, Elizaveta Peskova, terá adquirido “posições lucrativas” e exibe um “estilo de vida luxuoso'' graças às ligações de Peskov, indica a UE.
A esta lista também é esperado que seja acrescentado o nome de Marina Mordashova, a mulher do homem mais rico da Rússia, Alexei Mordashov, além de militares russos acusados de estarem envolvidos no massacre de Bucha, nos arredores de Kiev.
O Cirilo, que usou um sermão dominical para demonstrar apoio à “operação especial militar” que a Rússia iniciou sobre a Ucrânia a 24 de fevereiro, indicou que o país precisava de ser “libertado” e afirmou que a guerra é uma “limpeza religiosa”, é descrito pela UE como “um dos mais proeminentes apoiantes da agressão russa”.
A UE vai também adicionar à lista de sanções 16 empresas, a maioria do setor militar russo, com três bancos a serem impossibilitados de usar o sistema SWIFT, que permite transações com o Ocidente.
Na mesa estará também o embargo ao petróleo russo, que incluirá prazos especiais para Hungria, Eslováquia e República Checa.