O ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foi preso pela Polícia Federal (PF), este domingo, por alegadamente ser o responsável pelo planeamento do assassínio da vereadora Marielle Franco, morta a tiro numa rua do Rio de Janeiro a 14 de março de 2018 juntamente com o seu motorista, Anderson Gomes.
O relatório de 479 páginas elaborado pela PF diz que Rivaldo Barbosa planeou meticulosamente a morte de Marielle.
O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes usou este documento para justificar as três detenções oficializadas este domingo: a do ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro, a do deputado federal Chiquinho Brazão e do irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão, ambos acusados de serem os mandantes.
"Ele [Rivaldo Barbosa] foi o responsável por ter o controlo do domínio final do facto, ao ter total ingerência nas mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo com a imposição de condições e exigências", lê-se numa passagem do relatório.
Rivaldo Barbosa aceitou participar no plano que resultou na morte de Marielle com a condição de ser ele a controlar todos os pormenores da execução e no pressuposto de todos os envolvidos obedecerem ao plano traçado por ele.
Chiquinho Brazão e Domingos Brazão eram políticos ligados a uma milícia que domina uma vasta área na zona oeste do Rio de Janeiro e cujos interesses Marielle combatia politicamente.
Rivaldo conseguiu impedir o avanço das investigações sobre as duas brutais mortes durante seis anos, devido ao controlo que tinha da polícia do Rio de Janeiro.
Concluída a investigação, o próximo passo cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode denunciar os suspeitos à Justiça.
A defesa de Domingos Brazão afirmou que o conselheiro do TCE do RJ é inocente. "Tenho certeza absoluta que improcede essa imputação. Ele não conhecia a Marielle, não tinha nenhuma ligação com a Marielle, e agora cabe à defesa provar isso (...) Tenho certeza absoluta que ele é inocente”, disse o advogado Ubiratan Guedes, na porta da sede da PF na Zona Portuária do Rio.
O advogado de Rivaldo Barbosa, Alexandre Dumans, disse que ocliente não obstruiu as investigações das mortes de Marielle e Anderson.
Além dos mandados de prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou 12 mandados de busca e apreensão.