O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, lançou hoje um apelo aos cidadãos açorianos, às empresas e às instituições regionais, para que apoiem os refugiados da Ucrânia, disponibilizando habitação de acolhimento.
"Fica, para já, este apelo a todos os açorianos, famílias, empresas, instituições, que tenham disponibilidade para receber famílias, para que nos comuniquem, para fazermos uma receção ao povo ucraniano, sofredor numa guerra injusta", realçou o chefe do executivo açoriano, no final de uma audiência concedida a um cidadão ucraniano, residente em Portugal, que tem também negócios nos Açores.
Segundo o governante, que falava na cidade da Horta, já foram encetados contactos com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no sentido de facilitar a vinda e a receção de cidadãos ucranianos refugiados para os Açores, em articulação também com o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
"Pela nossa parte, nós queremos apoiar a receção das pessoas, de forma a que haja uma boa integração e não apenas colocá-las aqui à sua sorte", advertiu José Manuel Bolieiro, adiantando que o Governo Regional está a articular essa receção, através de vários departamentos, incluindo a vice-presidência e a secretarias regionais do Trabalho e da Educação e da Saúde.
O executivo de coligação (PSD, CDS e PPM) vai também criar, no Portal do Governo, um formulário de registo de disponibilidades para habitação e emprego para os refugiados ucranianos, embora José Manuel Bolieiro, tenha recusado adiantar quantas pessoas a região está disposta a acolher.
"Não somos uma região rica! Temos de fazer isto à dimensão do que podemos acolher. Não quero lançar números porque a emergência é de tal ordem grave e com milhões de refugiados a entrar na Europa. Temos que avaliar as condições e fazer isto de forma progressiva", advertiu o chefe do executivo.
Anatoliy Lyetayev, empresário ucraniano que reside no Estoril, em Portugal, há dois anos e meio, explicou aos jornalistas que decidiu vir pedir apoio ao Governo dos Açores, por já conhecer o arquipélago e por ter negócios na região, sobre os quais não quis, no entanto, falar.
"Os açorianos sabem o que é serem evacuados, especialmente aqui no Faial, por altura da erupção do Vulcão dos Capelinhos, por isso, vim cá pedir o apoio para os ucranianos, porque é uma terrível situação a que se vive na Ucrânia, onde já fugiram da guerra mais de 1 milhão e meio de pessoas", recordou Anatoliy.
O empresário ucraniano contou que cinco minutos antes da reunião com José Manuel Bolieiro, recebeu uma mensagem, através das redes sociais, a dar conta de que a sua casa em Kiev, tinha sido totalmente destruída por bombardeamentos, na sequência da invasão russa na Ucrânia.