João Lourenço, o presidente de Angola, diz que vem a Portugal à procura de “investidores e não de comerciantes” e anuncia que pretende convidar professores, médicos e enfermeiros portugueses para trabalharem em Angola.
Na primeira grande entrevista, publicada pelo semanário “Expresso”, João Lourenço antecipa a visita que vai fazer a Lisboa na próxima semana dizendo que Portugal e Angola não vão iniciar uma nova relação, “vamos dar continuidade a uma relação de cooperação que data praticamente dos primeiros dias da independência”.
Sobre o que se passa em Angola, João Lourenço desafia o ex-presidente José Eduardo dos Santos a denunciar os corruptos e revela também que ficou surpreendido com a passagem de testemunho do presidente que esteve 38 anos no poder, feita em apenas meia hora.
João Lourenço explica também a exoneração dos filhos do antigo presidente, nomeadamente de Isabel dos Santos da administração da Sonangol, afirmando que “não trato ninguém como pessoas especiais” e concluindo que a empresa está agora “melhor do que estava”.
Sobre o caso Manuel Vicente, informa que ainda se aguarda o despacho do processo no Ministério Público e garante que agiu em defesa do Estado angolano e não em defesa do cidadão, embora tenha pesado o facto de se tratar do antigo vice-presidente.
João Lourenço, o presidente angolano, inicia quinta-feira a sua primeira visita de Estado a Portugal, dez anos depois da última deslocação oficial de um chefe de Estado angolano, com José Eduardo dos Santos, em 2009.