São 40 os “magníficos” participantes no Summer CEmp 2019, com a maioria dos jovens a ter formação na área das relações internacionais, ciência política, comunicação e jornalismo, embora alguns participantes tenham formação em economia, engenharias e medicina.
Discutir a Europa, é o elo comum entre todos, muitos deles já com participação ativa nas suas comunidades, quer por via partidária, quer através do associativismo.
É o caso de Rui Alvites, um médico veterinário, transmontano, atualmente a viver no Porto e a fazer doutoramento em Ciências Veterinárias. Aos 28 anos, já com outras experiências, participa pela primeira vez nesta escola de verão.
“O que me traz aqui é a inovação que permite juntar jovens como eu, com vontade de aprender, e figuras relevantes do panorama político tanto português como europeu”, refere.
O jovem médico veterinário acredita que a iniciativa vai permitir uma “interação única” e, principalmente, “perceber melhor o que é a Europa e os motivos pelos quais a Europa não chega muitas vezes até nós”. Tudo isto, acrescenta, “num cenário fantástico”.
Monsaraz é, efetivamente, o cenário rural que inspira o debate, e que ficará marcado pela interação com a população local e com o património cultural e natural. Acontecem, por estes dias, conversas imprevistas com os cerca de 70 oradores, entre políticos, jornalistas, empresários, académicos ou artistas. E tudo misturado com uma variedade de atividades práticas aproveitando os recursos do grupo e da vila.
Como não gostar de tudo isto? Que o diga a Sara Epifânio, de Lisboa. Apesar dos seus 21 anos, é uma das oradoras deste Summer CEmp. O ano passado esteve na escola de verão, em Marvão, também no Alentejo, tendo sido convidada para dar o seu testemunho na edição deste ano. A estudante de Ciência Política e Relações Internacionais, conta à Renascença o que mudou na sua vida nos últimos 12 meses, em relação à Europa.
“Mudou a maneira como vejo a minha cidadania europeia, aprendi a lidar com as várias maneiras através das quais posso participar no projeto europeu, e mudou também o carinho que tenho por esta instituição e a forma como vejo o futuro da União Europeia”, explica.
A jovem universitária tem consciência de que ainda há “um caminho a percorrer e muito a saber”, sobretudo, junto dos jovens. “Eu acho que estamos num excelente caminho e cada vez mais temos noção dos impactos que a União Europeia tem na nossa vida e muitos deles são positivos”, realça.
“O Erasmus, os voluntariados, o facto de podermos viajar livremente, ou o roaming são alguns dos melhores exemplos”, esclarece, ao mesmo tempo que diz esperar que “os jovens se consciencializem do bem que a Europa faz por nós.”
O Summer CEmp apresenta-se num formato intensivo, mas descontraído, o que faz a diferença nesta escola que pretende dar a conhecer melhor o projeto europeu.
“Nasce da necessidade de envolver os futuros líderes de opinião no debate sobre a União Europeia, os possíveis cenários de futuro após os 60 anos da sua fundação e o papel da Comissão Europeia”, explica a Representação da Comissão Europeia em Portugal, que organiza o evento, em colaboração com a Câmara de Reguengos de Monsaraz.
Aprender mais sobre a Europa foi, precisamente, o que levou a Inês Costa a candidatar-se. Aluna de mestrado, com 21 anos, reconhece que é necessário diminuir a distância entre os jovens e as questões europeias.
“Penso que as instituições europeias não estão tão próximas de nós como as nacionais, havendo ainda pouca informação acessível aos cidadãos”, observa.
Uma aprendizagem que se faz à volta de uma paisagem magnífica e de um património bem cuidado, graças, também, à enorme ajuda dos fundos comunitários, lembra à Renascença, o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto.
“A Europa significa muito para nós. Estamos num território que tem 12 mil habitantes e temos, nos dois últimos quadros comunitários, captado qualquer coisa como 12 milhões de euros de fundos comunitários nas várias áreas a que podemos concorrer a esses fundos e em que podem ser aplicados”, revela.
“É de uma tremenda injustiça não reconhecermos tudo aquilo que a Europa tem de bom”, acrescenta o autarca alentejano.
Nesta terceira edição do Summer CEmp já passaram ou vão ainda passar, por exemplo, os comissários europeus Carlos Moedas e Julian King, os ministros Mário Centeno e Tiago Brandão Rodrigues, as secretárias de Estado Ana Paula Zacarias e Maria do Céu Albuquerque, os embaixadores João Vale de Almeida e Tarja Laitiainen, os eurodeputados Francisco Guerreiro, Lídia Pereira e Marisa Matias, os deputados Duarte Marques e Pedro Mota Soares, o alto-comissário para as Migrações Pedro Calado, a diretora da representação do Fundo de População das Nações Unidas em Genébra, Mónica Ferro, a vice-reitora Elvira Fortunato, a fadista Kátia Guerreiro, a apresentadora Joana Barrios ou a ilustradora Clara Não.