Portugal “é um lugar amplo para uma liberdade religiosa bem entendida” sem “guetos culturais e religiosos fechados sobre si próprios”, afirma o cardeal patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente falava esta terça-feira, através de videoconferência, na sessão de abertura da conferência “20 anos da Lei da Liberdade Religiosa”, organizada pelo Alto Comissariado para as Migrações.
“Numa sã secularidade, nós hoje estamos numa sociedade plural em que cada grupo, nas suas crenças ou descrenças, nas suas convicções religiosas e outras, se pode expressar com os respetivos correligionários, com um grande ganho de partida no espaço de nós todos que assim mesmo se enriquece”, afirmou o cardeal patriarca.
D. Manuel Clemente faz um balanço muito positivo de 20 anos de Lei da Liberdade Religiosa e considera que o grande desafio é alcançar “um patamar de interculturalidade e não de uma série de guetos”.
“Em Portugal, onde o nosso grande desafio hoje, com cerca de 100 nacionalidades em presença, tantos credos e tantas proveniências, é alcançarmos um patamar de interculturalidade e não de uma série de guetos culturais e religiosos fechados sobre si próprios.”
O patriarca defende Portugal “é um lugar amplo para uma liberdade religiosa bem entendida, que permita no espaço claro de todos e sem confessionalismos religiosos ou ideológicos estritos, cada um na sua crença expressar-se livremente para o enriquecimento geral”.