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A ministra da Cultura, Graça Fonseca, reafirma que a “cultura foi dos setores mais atingidos no meio deste 'tsunami' que se abateu” sobre o país, referindo-se à pandemia da covid-19.
“Não acho que os artistas se queixem demasiado. Ninguém estava preparado para uma crise que não era anunciada. Não há memória em nenhum de nós, em nenhum dos nossos avós, de alguma vez termos sido forçados ao recolher obrigatório. A cultura foi dos setores mais atingidos no meio deste 'tsunami' que se abateu sobre nós”, afirmou Graça Fonseca, à margem da inauguração da Casa Cidade Criativa da Música em Leiria.
"O sector da cultura é o que está na linha da frente de maior impacto, por uma razão que é compreensível por todos: a cultura baseia-se ou necessita de estarmos juntos", reforçou.
A ministra disse que o Governo está "a tentar fazer o melhor possível para responder com medidas concretas como aquelas que estão a ser debatidas no orçamento suplementar, para fazer face a esta situação de emergência, procurando ao mesmo tempo continuar a trabalhar e a construir medidas estruturantes para o futuro”.
O objetivo, disse Graça Fonseca, é preparar “melhor o setor para situações como estas”, avançando “com o estatuto do artista e a discussão das carreiras contributivas e condições laborais”.
Antes de inaugurar a Casa Cidade Criativa da Música em Leiria, Graça Fonseca visitou a incubadora de indústrias criativas Serra, na Reixida, freguesia de Cortes, em Leiria, onde vários artistas trabalham, em áreas desde a música às artes visuais ou ao audiovisual.
“Pareceu-me ser um bom exemplo. É uma parceria feliz entre uma associação privada, entre uma empresa muito importante aqui da região, e precisamente ser algo que revela bem o que pode ser uma casa criativa e qual o impacto que uma casa, com diferentes projetos criativos, pode ter no território”, defendeu a ministra.
Graça Fonseca elogiou ainda a forma como “muitos dos criativos conseguiram reinventar-se e criar e trabalhar de forma diferente durante os “três meses difíceis” que se viveram.
“Há o caso de um coletivo que até contratou mais uma pessoa durante este período. No fundo, o que procuraram fazer, e bem, foi pensar de forma muito rápida: ‘como nos podemos adaptar’ a uma situação que ninguém estava à espera. Fizeram um trabalho extraordinário”, acrescentou.
Este “hub criativo" é “um exemplo extraordinário de como a criatividade e as suas diferentes áreas podem ser um projeto muito importante do ponto de vista de desenvolvimento territorial” e, “naquele caso, para dar aos artistas um lugar e apoiá-los na sua projeção nacional e internacional”, afirmou.
“Um dos projetos trabalha com a internacionalização da música portuguesa e os resultados que têm são muito bons, com a presença de artistas portugueses em festivais tão importantes como ‘South By Southwest’. Existe um extraordinário talento em Portugal nas diferentes regiões. Temos é que todos em conjunto trabalhar para o projetar além-fronteiras”, sublinhou.