O Explicador Renascença fala do que resultou da COP28, agora que foi alcançado um acordo.
Foram quase duas semanas de trabalhos no Dubai, com muitas polémicas à mistura.
O que há a destacar do acordo?
Desde logo, o acordo que foi conseguido sobre os combustíveis fosseis. A certa altura parecia que não seria possível, foram muitas as discussões sobre este tema.
Não nos podemos esquecer de que a cimeira decorreu numa zona do globo que é grande exportadora de petróleo. Ainda assim, os 195 países concordaram numa transição energética com vista à redução gradual do uso dos combustíveis fosseis, como o petróleo e seus derivados, carvão e gás natural, de forma a alcançar a neutralidade carbónica em 2050.
Por este motivo, a presidência da COP fala em acordo histórico. O mesmo diz a presidente da Comissão Europeia já disse que este é um momento de viragem.
O que dizem as associações ambientalistas?
Que o acordo não é suficiente e preferiam que o texto final fizesse referência à eliminação gradual, em vez de "redução".
O secretário-geral das Nações Unidas também já reagiu. Numa mensagem na rede social X que dirige aos que se opuseram a uma referência clara sobre a eliminação dos combustíveis fosseis, António Guterres avisa que quer se goste ou não, a eliminação é inevitável, sublinhando esperar que não seja tarde demais.
Foram traçadas metas para as energias renováveis?
Foi estabelecido o compromisso de triplicar a capacidade de produção de energias renováveis e de duplicar a eficiência energética até 2030.
E em termos de apoios monetários?
Houve pequenos avanços, porque o texto final da COP28 diz que é necessário e urgente o apoio internacional aos países em desenvolvimento.e que esse apoio tem de ser reforçado e contínuo.
Para já foram mobilizados quase 80 mil milhões de euros para apoiar países afetados pelo aquecimento global.
Quais serão os pontos mais fracos deste acordo?
Os críticos falam numa linguagem demasiado vaga em parágrafos considerados chave do documento final.
Destacam que se mantêm referencias utilizadas em anteriores cimeiras, como por exemplo: subsídios ineficientes para os combustíveis fosseis, sem explicar o que se entende por esses subsídios ,abrindo assim a porta à continuação do apoio às industrias fósseis.