Bispos portugueses não esquecem importância das eleições nas mensagens para a Quaresma
19-02-2024 - 08:30
 • Olímpia Mairos

Este ano seis dioceses canalizam a sua renúncia quaresmal para a Igreja do Médio Oriente, porto de abrigo para muitos cristãos, e não só, devido à guerra entre Israel e o Hamas.

Todos os anos, pela Quaresma, os bispos portugueses escrevem mensagens para os seus fiéis e indicam para onde vão destinar as suas renúncias quaresmais.

Leia aqui excertos das mensagens e siga as hiperligações para as notícias completas sobre cada uma das mensagens de Quaresma em 2024.


D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, desafia à conversão sinodal, alertando que “o caminho percorrido”, no âmbito do Sínodo que a Igreja está a viver já mostrou “que só uma conversão pessoal – abertura sincera à novidade do Espírito – pode conduzir a uma conversão pastoral e missionária efetiva, traduzida em novas formas de organização eclesial com o envolvimento corresponsável de todos os batizados, clero, consagrados e leigos”.

Renúncia quaresmal destina-se às obras de ampliação do Centro Paroquial de Cachopo, em Tavira.

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D. Armando Esteves Domingues, bispo da Diocese de Angra, apela à valorização do Ato Penitencial, destacando o seu “valor sacramental e pedagógico”. Segundo o prelado, “este Ato traduz a vontade de reconciliação nas relações pessoais e sociais, porque cada ferida infligida a Deus é, ao mesmo tempo, uma ferida para o nosso irmão e irmã e vice-versa”.

Renúncia quaresmal da diocese reverte a favor de projetos em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

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D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, convida à participação nas eleições legislativas de 10 de março, afirmando que votar “pode ser uma prática de conversão”. “Todos somos chamados, através da participação cívica no ato de votar, a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual”, assinala.

Renúncia quaresmal será destinada à diocese de Luena, em Angola, e ao Fundo de Emergência Social da Cáritas Diocesana.

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D. João Marcos, bispo de Beja, alerta para o drama dos que vivem sós e pede um olhar compassivo para com os mais velhos, indicando que naquele território “quase 25.000 pessoas vivem sozinhas e destas, mais de 55% têm idade superior a 65 anos”.

Renúncia quaresmal será destinada, em partes iguais, aos cristãos da faixa de Gaza e às obras na casa episcopal, “preparando-a para receber o novo bispo”.

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D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, pede aos cristãos que exerçam o seu direito e dever de voto nas próximas eleições legislativas. Na mensagem, assinada também pelo bispo auxiliar, D. Delfim Gomes, exorta a que “como bons cidadãos e bons cristãos exerçamos o direito e o dever do voto na construção responsável do bem comum e na defesa e promoção da dignidade inalienável da pessoa humana”.

Parte da renúncia quaresmal é destinada ao Fundo Partilhar com Esperança para apoio de famílias carenciadas. A outra parte destina-se ao apoio da equipa missionária que está ao serviço da Paróquia de Ocua, Diocese de Pemba.

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D. Nuno Almeida, bispo da Diocese de Bragança-Miranda, apresenta a Quaresma como “tempo para crer, esperar e amar”. O prelado explica que “é um tempo para acreditar, para receber a Deus na nossa vida” e desafia a viver uma Quaresma 2024 “com esperança” e “com caridade” cuidando de “quem se encontra em sofrimento, abandono ou angústia”.

Renúncia quaresmal vai ajudar as irmãs do Mosteiro Trapista de Palaçoulo a recuperar a casa de acolhimento, edifício atingido por um incêndio no final de janeiro.

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D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, considera que a Quaresma é um “tempo favorável que Deus nos oferece cada ano para fazermos caminho com Maria ao encontro de Jesus e dos irmãos” e que desafia a “escutar a voz de Deus e o grito dos irmãos”.

Renúncia quaresmal da diocese vai ajudar as vítimas da guerra na Faixa de Gaza e o Instituto Universitário Justiça e Paz da Diocese de Coimbra.

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D. Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora, explica que a Quaresma “desperta-nos para a necessidade de valorizarmos o nosso encontro pessoal e comunitário com a Misericórdia de Deus”, sublinhando que neste tempo “somos impedidos de escutar o nosso coração onde Deus fala e ecoam os gritos da solidão e da pobreza de muitos irmãos”.

Renúncia quaresmal da arquidiocese é destinada às Igrejas do Médio Oriente, vítimas de guerra.

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D. Nuno Brás, bispo do Funchal, pede aos cristãos para pararem para “escutar Deus” e para “ver o irmão que precisa da nossa ajuda”. “Todos andamos cheios de ruído, de sons, de opiniões, de informações (não raras vezes falsas). Só escutando Deus podemos encontrar o verdadeiro critério para distinguir o que é, de facto, importante”, afirma.

Renúncia quaresmal é destinada aos cristãos da Palestina, “que vivem entre fogos cruzados, no meio de uma guerra para qual não contribuíram”, e será entregue ao Patriarca Latino de Jerusalém.

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D. Manuel Felício, bispo da Guarda, diz que a Quaresma é “um forte apelo à responsabilidade das pessoas e das comunidades para reverem as suas vidas” e desafia os cristãos a terem o “cuidado que Deus tem por cada pessoa” e pela “casa comum”.

Renúncia quaresmal da diocese destina-se ao centro de espiritualidade da Liga dos Servos de Jesus, em Angola.

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D. António Couto, bispo de Lamego, convida os cristãos a olhar o tempo da Quaresma como um “deserto que convida ao essencial”, que “desintoxica de excessos, de acessórios” e a dar valor a um “simples trago de água”.

Renúncia quaresmal é dirigida à paróquia-missão do Imaculado Coração de Maria de Nametil, em Moçambique, e aos cristãos na Síria.

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D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, apela ao empenho dos cristãos nesta Quaresma. “É um tempo de caminho, de preparação, de dar consistência aos projetos, aos sonhos, à esperança”, começa por sublinhar a mensagem, que lembra que a reflexão e a inquietação devem fazer parte do processo de crescimento interior que a Igreja propõe nesta altura.

Renúncia quaresmal é destinada à Cáritas diocesana e à Igreja da Palestina.

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D. Rui Valério, patriarca de Lisboa, propõe “à Diocese de Lisboa que, neste tempo quaresmal, percorrendo o caminho da conversão, se deixe levar pelo turbilhão da radicalidade, a nível da vida espiritual; se deixe arrastar pela medida alta da santidade, que é ir até aos limites do amor, da esperança e da fé”.

Renúncia quaresmal vai para as obras na Casa Sacerdotal do patriarcado para apoio de crianças e jovens vítimas da guerra na diocese de Pemba, em Moçambique.

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D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco, fala deste tempo quaresmal como “um novo momento de graça” que nos “está a bater à porta”, e “lembra-nos que somos pó, que ao pó voltaremos” e “que é preciso que nos arrependamos e acreditemos no Evangelho”, exortando cada um a “encontrar no deserto quaresmal do seu interior a verdade de si próprio e de Deus, o Deus Misericórdia”.

Renúncia quaresmal da diocese reverte em partes iguais para o Fundo Social Diocesano e para um Centro Social que acolhe órfãos e crianças desfavorecidas na cidade de Moçâmedes, Angola.

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D. Manuel Linda, bispo do Porto, que assina a mensagem com os seus bispos auxiliares, exorta a que “vivamos a Quaresma com audácia e na certeza de que Cristo caminha connosco, na alegria de sermos companheiros amigos e solidários, tendo a luz da manhã da Páscoa como horizonte no qual tem sentido a edificação de um mundo novo ou ‘Reino de Deus’”.

Renúncia quaresmal destina-se a “obras urgentíssimas” no Seminário Maior do Porto, para o dotar de condições mínimas de habitabilidade.

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D. José Traquina, bispo de Santarém, diz que “estamos todos convidados a fazer da Quaresma um tempo especial de vida, marcado com boas opções e bom discernimento”. Segundo o prelado, “a Quaresma é caminho e preparação para a Páscoa e é também o retomar do sentido da caminhada da vida humana”, assinalando que é “também tempo de revisão de vida”.

Renúncia quaresmal da diocese tem como destino o Patriarcado de Jerusalém e Belém.

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D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, revela que “nesta caminhada quaresmal” quer ser com os seus diocesanos um ‘peregrino da esperança’, explicando que o itinerário da Quaresma reflete, de facto, a atitude que deseja para a Igreja de Setúbal: “grata pelo que percorreu, mas a caminho de um futuro maior”.

Renúncia quaresmal terá como destinos o Fundo de Emergência Diocesano, que apoia as pessoas em situações críticas, e as crianças vítimas da guerra na Terra Santa.

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D. João Lavrador, bispo de Viana do Castelo, sinaliza que numa “cultura das aparências e da superficialidade, exige-se da parte de cada cristão, integrado numa comunidade de discípulos, que se reconheça na verdade do seu ser”. Indica, ainda, que nesta Quaresma “somos interpelados a olhar em redor e deixarmos interpelar pela pobreza que nos rodeia e abrir o coração para a partilha generosa”.

Renúncia quaresmal será canalizada para a construção de um Centro Escolar na Guiné-Bissau e para as irmãs Carmelitas presentes na diocese.

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D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, apela à participação nas eleições legislativas, “momento importante de escolha coletiva que determinará, em grande medida, o futuro do nosso país”. “Além de um direito, essa é a primeira forma de participar na vida democrática de um país”, diz o prelado, assinalando que “este ato não esgota o compromisso de todos na construção de um país livre, justo e solidário”.

Renúncia quaresmal tem como destino a Cáritas Diocesana de Vila Real, para ser “utilizada na ajuda aos imigrantes, tendo em conta que os seus pedidos de ajuda têm vindo a aumentar”.

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D. António Luciano, bispo de Viseu, convida “todos os cidadãos para que participem ativamente no ato eleitoral com o seu voto livre, consciente e responsável”. “Para os cristãos, votar é um dever cívico, um ato humano e moral, iluminado pelos princípios da Doutrina Social da Igreja”, refere o prelado, avisando que “as próximas eleições legislativas devem ser vistas com responsabilidade e empenho pelos candidatos e por todos os cidadãos, de modo que possam contribuir para o futuro de um país mais próspero e justo”.

Renúncia quaresmal da diocese tem quatro finalidades: ajudar na construção da Igreja da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Ile, Moçambique; ajudar na construção do Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá, em São Tomé e Príncipe; ajudar as Irmãs Trapistas do Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja em Palaçoulo, na reconstrução da Hospedaria destruída pelo recente incêndio; ajudar o Fundo de Emergência da Diocese de Viseu, destinado a apoiar pessoas e instituições.

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A Quaresma, que teve início com a celebração das cinzas, no dia 14, é um tempo litúrgico, de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, que este ano se celebra a 31 de março.