Centros de Saúde ainda não recuperaram impacto da pandemia de Covid-19
04-11-2022 - 10:36
 • Renascença com Lusa

A percentagem de utentes com médico de família caiu 3,9% entre 2017 e 2021, segundo a Entidade Reguladora da Saúde.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) considera que os Cuidados de Saúde Primários ainda não recuperaram do impacto negativo da Covid-19.

As consultas presenciais começaram a aumentar em março do ano passado, mas ainda não chegaram aos valores pré-pandemia.

A ERS analisou o acesso aos Cuidados de Saúde Primários considerando indicadores relativos ao acesso a médico de família, consultas médicas e de enfermagem, acompanhamento do utente com doença crónica e cuidados de prevenção.

Da análise às reclamações recebidas, resultou que a ARS LVT e a ARS Algarve apresentaram "o maior rácio de reclamações no ano de 2021 por população", designadamente quanto ao tema do acesso.

O relatório divulgado esta sexta-feira indica ainda que estão a aumentar os portugueses sem médico de família - entre 2017 e 2021 o número cresceu quase 4%.

A ERS aponta para "assimetrias importantes" no país. É na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte que maior percentagem de utentes tem médico de família. Em polo oposto encontram-se o Algarve e a Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Em Portugal Continental, o número de utentes inscritos com médico de família tem caído nos últimos anos. Em 2017 esse valor era de 92,7% e no ano passado era de 88,8% (menos 3,9 pontos percentuais).

No documento divulgado, a ERS indica também que, a nível nacional, a taxa de utilização de consultas médicas caiu 1,6 pontos percentuais em 2020, tendo registado um "aumento pouco expressivo" no ano passado.