O secretário-geral do PS, António Costa, assume por inteiro a derrota nas eleições legislativas deste domingo, mas não se demite.
“O PS não alcançou objectivos eleitorais que se propôs. Assumo por inteiro a responsabilidade política e pessoal”, disse António Costa no discurso. Já na resposta à primeira pergunta dos jornalistas, foi ainda mais claro: “Manifestamente não me vou demitir”.
“Nunca sou, nem serei problema para o PS, nunca faltarei quando for preciso e nunca estarei a mais”, disse Costa depois das 22h40.
Em declarações num hotel de Lisboa, o líder socialista considerou que “a perda da maioria pela coligação constitui um novo quadro político” e que PSD e CDS têm o "ónus" de garantir a "governabilidade”. A coligação, disse, "não pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido”.
Costa deixou, no entanto, claro que o PS não participará “numa maioria negativa, sem assegurar alternativa real de governo”, mas também não está disponível para “uma solução de ingovernabilidade ou um vazio”.
“Não inviabilizaremos um Governo sem ter um Governo para viabilizar”, acrescentou.
Na resposta aos jornalistas, o secretário-geral socialista reafirmou que “ninguém pode contar com o PS para viabilizar políticas contrárias às do PS”, lembrando que o partido tem um programa claro que “quer cumprir e virar a página da austeridade”.
Houve uma “expressiva maioria de portugueses que votou para que houvesse mudança de políticas”.
António Costa aproveitou para dizer que felicitou Pedro Passos Coelho e Paulo Portas pelo resultado nestas legislativas.