O líder do Partido Trabalhista quer obter um acordo do Brexit "muito melhor" se for eleito primeiro-ministro do Reino Unido. O documento tem de ser revisto em 2025.
Keir Starmer, o líder da oposição britânica, afirmou numa conferência de líderes do centro-esquerda, em Montreal, que o atual acordo é "demasiado ténue". No entanto, recusou um regresso à união aduaneira, ao mercado único ou à União Europeia (UE).
Apesar da revisão obrigatória em 2025, não é claro que Bruxelas seja recetivo a grandes alterações ao acordo, assinado com o antigo primeiro-ministro Conservador, Boris Johnson, em 2021.
De acordo com a BBC, um porta-voz do Partido Conservador acusou o líder dos Trabalhistas de mudar de posição em relação ao acordo do Brexit. "Há três anos, prometeu que não tentaria obter grandes alterações à nova relação do Reino Unido com a União Europeia, mas a mais recente posição é que vai fazê-lo", disse, questionando ainda "que preço estaria Keir Starmer preparado a pagar à UE para renegociar a nossa relação".
Keir Starmer tem afirmado repetitivamente que não procuraria um regresso à União Europeia se o Partido Trabalhista voltar ao poder, prometendo até "fazer o Brexit funcionar".
Com eleições parlamentares esperadas algures em 2024, os Trabalhistas têm consistentemente registado lideranças de dois dígitos nas sondagens.
"Quase toda a gente reconhece que o acordo conseguido por Johnson não é um bom acordo - é demasiado ténue. Em 2025 tentaremos obter um acordo muito melhor para o Reino Unido", declarou Starmer, que não especificou que partes do acordo quer melhorar, mas disse estar confiante que poderia negociá-lo com a Comissão Europeia.
O Acordo de Comércio e Cooperação, assinado em 2021, estipula uma revisão do mesmo em 2025 - um processo que sempre se esperou ser de meros ajustes. No entanto, o líder dos Trabalhistas parece ter alterações maiores em vista, que podem incluir aprofundar as ligações comerciais e permitir mais intercâmbios para jovens.