A Presidente da Moldova acusou o grupo paramilitar Wagner e o seu falecido líder, Yevgeny Prigozhin, de planear um golpe para a remover do cargo, como parte de uma campanha para destabilizar o país vizinho da Ucrânia e tirá-lo do caminho de aproximação à União Europeia.
"A informação que temos é que era um plano preparado pela equipa de Prigozhin", afirmou Sandu, em entrevista ao Financial Times. Para a Presidente, o Grupo Wagner queria provocar protestos antigovernamentais "violentos". "A situação é mesmo dramática, e temos que nos proteger", apontou.
Maia Sandu explicou ainda que o golpe foi planeado no início deste ano. A Presidente da Moldova disse ainda que Moscovo está a usar vários métodos, como mulas de dinheiro e cartões bancários emitidos no Dubai, para contrabandear dinheiro e subornar os eleitores moldavos antes de uma série de eleições no país.
A líder da Moldova já tinha avisado, em fevereiro, de um golpe de Estado planeado pela Rússia para a Moldova. Na sequência dessa denúncia de um plano que incluía "sabotagem e pessoas com treino militar disfarçadas de civis a levar a cabo ações violentas", Sandu optou por aumentar as medidas de segurança no país.
Rússia "vai aumentar a pressão"
Em março, a Moldova anunciou a detenção de um grupo de homens relacionados com a Rússia, que estavam a planear os referidos protestos. Essa detenção seguiu-se ao aviso da Casa Branca que Moscovo estaria a tentar "enfraquecer o governo da Moldova".
Sandu não duvida que a Rússia "vai aumentar a pressão" sobre o país. "Tentaram a energia e falharam. Tentaram um golpe de Estado e falharam. E agora estão a tentar interferência massiva nas nossas eleições, usando muito dinheiro", alertou a Presidente.
A Moldova vai realizar eleições locais no próximo mês. Maia Sandu diz que os serviços de informação do país detetaram pelo menos 20 milhões de euros de financiamento russo, mas que o valor real é, provavelmente, mais alto.
A Moldova tornou-se candidata à União Europeia em 2022, a par da Ucrânia. No fim deste ano, os 27 países da UE vão decidir se abrem já as negociações formais de adesão - algo que os eurodeputados já apoiaram.