Pelo menos 64 pessoas morreram em confrontos tribais numa localidade do norte da Papua Nova Guiné, de acordo com um novo balanço feito, no domingo à noite, pela polícia do país do Pacífico.
O número de mortos causado por uma alegada emboscada, lançada na manhã de domingo, pode ainda aumentar, admitiu o vice-comissário da polícia da Papua Nova Guiné.
“Pensamos que ainda há corpos no mato”, acrescentou Samson Kua.
O chefe da polícia, David Manning, disse inicialmente que tinham sido encontrados 53 corpos perto da cidade de Wabag, na província de Enga, a cerca de 600 quilómetros a noroeste da capital Port Moresby.
A polícia indicou ter recebido imagens de corpos ensanguentados e com ferimentos graves, deitados lado a lado na estrada ou empilhados na traseira de um camião.
As circunstâncias exatas das mortes não são conhecidas, mas a polícia disse ter recebido relatos de tiros de espingardas e metralhadoras naquela zona a partir das 04:00 de domingo (18:00 de sábado em Lisboa).
David Manning acrescentou que as mortes deverão estar ligadas a um conflito ancestral entre as tribos Ambulin e Sikin.
Os clãs das terras altas da Papua Nova Guiné vivem há séculos em conflito e o aparecimento de armas automáticas tornou os confrontos mais mortíferos e violentos.
O exército do país destacou cerca de uma centena de soldados para a região, mas a oposição pediu já ao Governo do primeiro-ministro, James Marape, o envio de mais pessoal das forças de segurança, bem como a renúncia do chefe de polícia.
A população da Papua Nova Guiné mais do que duplicou desde 1980, colocando uma pressão crescente sobre a terra e os recursos naturais, o que exacerbou rivalidades tribais.