A ex-ministra da Saúde Marta Temido reconhece que falhou enquanto ministra da Saúde.
Em causa, está a emigração de médicos e outros profissionais de saúde que alegam falta de condições no Serviço Nacional de Saúde.
Convidada d'As Três da Manhã, da Renascença, Marta Temido disse sentir-se "triste e frustrada" por não ter conseguido criar as condições necessárias para manter estes profissionais em Portugal.
"Fiquei com a sensação de que falhei. Todos nós quando vimos sair, pessoas que têm grande valor e que fazem falta ao país, acho que sentimos isso".
O que teria feito diferente, se pudesse? "Não tenho grandes respostas", disse.
Noutro plano, Marta Temido reconheceu, também, falhas na gestão da pandemia de Covid-19, sobretudo ao nível da comunicação entre as autoridades de saúde e a população.
"Era a parte mais difícil, porque muitas vezes estamos a comunicar incertezas e é muito difícil comunicar incertezas", reconheceu.
"Essa era uma parte que valia a pena ter pensado como fazer melhor se pudesse voltar atrás, utilizando mais canais como este, ouvindo quem trabalha na área da comunicação, não só técnica, para dar sugestões, essa parte poderia ter sido melhorada", acrescentou.
Questionada sobre o que sentiu aquando da sua demissão, Marta Temido diz ter sentido "dor e tristeza", num primeiro momento, "uma vez que o que esteve na origem da demissão foi a morte de uma criança.
Depois, diz ter sentido "alívio".
Candidatura autárquica? "Pode ser um caminho interessante"
Marta Temido tem sido um dos nomes da área socialista apontados à Câmara de Lisboa.
Confrontada com essa possibilidade, admite que "se for útil e se, um dia pensar num projeto que envolva uma autarquia, não necessariamente. Lisboa, pode ser um caminho interessante".
A ex-ministra admite, contudo, que, "neste momento isso não está mesmo em cima da mesa".