Contra as desigualdades e a discriminação no acesso aos rastreios de cancro da mama, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) aproveita o Dia Mundial de Luta contra a doença, que se assinala esta quinta-feira, para sensibilizar os deputados para "um problema que dura há vários anos" e que revela a forma como os decisores políticos "tratam o cancro como um parente pobre do sistema de saúde".
A denúncia é de Vítor Veloso, secretário-geral da LPCC, que diz à Renascença não compreender "como é que na região Centro todas as mulheres podem efectuar gratuitamente o seu rastreio, no Porto a cobertura é de 85% e na região Sul, sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo e Setúbal isso não acontece".
O problema, diz o especialista, prende-se com "a desorganização ao nível dos serviços". Os rastreios oncológicos são da responsabilidade da Administrações Regionais de Saúde. "Alguma coisa está errada. Porque, se as ARS do Norte e Centro têm capacidade, porquê que há problemas no Sul?", questiona.
Sensibilizar pela positiva
A petição com 25 mil assinaturas, que hoje chega à Assembleia da República, "tem por objectivo sensibilizar os deputados que representam a população, para que suscitem o debate sobre esta matéria e aconselhem os decisores políticos no sentido de criarem uma estratégia eficaz".
Os números mais recentes indicam que há seis mil novos casos de cancro da mama por ano e 16 novos casos diários.