O presidente do Sindicato dos Inspetores de Investigação e Fiscalização das Fronteiras, Renato Mendonça, garante que o caos no aeroporto de Lisboa, como o que este domingo se viveu, é frequente e que a culpa é da ANA. “É fácil colocar as culpas em quem já está morto”, responde.
Uma reunião de trabalhadores realizada, este domingo, por um dos três sindicatos do SEF, entre as 6h00 e as 9h00, provocou constrangimentos na área das chegadas do Aeroporto de Lisboa.
De acordo com estimativa da ANA Aeroportos, esta reunião de trabalhadores terá afetado mais de 4.500 passageiros.
Os passageiros de voos que chegaram de fora da europa e esperaram entre quatro a cinco horas no controlo dos passaportes.
Em relação ao dia escolhido, o sindicalista diz que no aeroporto os funcionários do SEF trabalham “24/7” e “tínhamos de escolher um dia”.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou este domingo que “o país não pode ficar dependente dos trabalhadores, naturalmente exercitando os seus direitos fundamentais, é evidente que o país não pode bloquear por que se entende convocar um plenário de trabalhadores na altura em que o país mais é procurado por visitantes de todo o mundo, que o querem conhecer”.
Renato Mendonça diz que a reunião foi convocada porque vive-se uma intranquilidade enorme no SEF e “ninguém sabe qual será o nosso futuro”.
O sindicalista diz que o ministro da Administração Interna quer um processo tranquilo, mas pergunta: “Como é que quer dar tranquilidade a quem tem a cabeça no cepo?”.
Mendonça tem ainda dúvidas sobre a legalidade do processo de vinda para os aeroportos de pessoal da PSP e da GNR, enquanto a nova lei não entrar em vigor.
“As pessoas sentem-se indignadas. Ninguém nos decide o futuro, mas já nos estão a substituir nos aeroportos”, protesta. “Estamos a ser vítimas de um assédio laboral constante desde há um ano para cá, nunca deixamos de cumprir as nossas competências”, acrescenta.
O mesmo a diz que os atrasos que se verificam no aeroporto de Lisboa “é da gestora aeroportuária”.
“Há 16 caixas e chegam 20 voos com cerca de 4 ou 5 mil pessoas, portanto, ou não se faz o controlo de fronteiras conforme legalmente está estabelecido e é o regabofe, ou fazendo mesmo um controlo mais simplificado, não há capacidade de 16 posições escoarem quatro ou cinco mil pessoas”, avisa.
E conclui a dizer que a situação caótica vivida este domingo não foi por causa do plenário, “é constante”. “Mas é fácil à gestora aeroportuária passar as culpas para o SEF, porque o SEF está morto”, repetiu.