A procuradora que acusou o emigrante português de 53 anos, natural de Santa Maria da Feira, pelos homicídios da mulher e do filho pediu a prisão perpétua e expulsão da Suíça para o arguido, que conhece sentença esta segunda-feira.
O Tribunal Distrital do Broye e Nord Vaudois tem estado a julgar um dos casos mais sangrentos dos últimos anos. O autor da tragédia, natural de Santa Maria da Feira, pedreiro de profissão, vivia na Suíça desde 2006 com a sua família.
O português é acusado de ter alvejado a sua mulher e o seu filho mais velho, em Payerne, em 25 de Abril de 2018, após uma violenta discussão.
Questionado pelo presidente do tribunal, na audiência de 16 de agosto, o português reconheceu "desentendimentos" com a sua mulher, mas assegurou que não imaginava que poderia ter-se transformado em tal "barbaridade".
O emigrante negou ainda ter ido na noite do crime ao apartamento da mulher, de quem vivia separado há cerca de um ano, para a matar. No entanto, não conseguiu explicar os motivos pelos quais estava munido de uma arma carregada e um segundo carregador no dia do crime.
A mulher do acusado, também portuguesa, vivia com os seus dois filhos, de 13 e 18 anos, num apartamento no centro da cidade de Payerne. A vítima tinha deixado a casa familiar em setembro de 2017, por não suportar as agressões, insultos e ameaças de morte a que tinha sido sujeita durante vários anos pelo marido.
O Ministério Público afirma que nos dias que antecederam a tragédia, o homicida terá enviado várias mensagens de texto nas quais insultava a mulher, após uma visita a casa da vítima, onde houve uma violenta discussão. Sem resposta às mensagens enviadas, o homem terá decidido ir a casa da vítima onde acaba por matar o seu filho mais velho e a mulher com 30 tiros.
Na noite do crime, o emigrante português terá confessado ter matado a mulher e o filho a pessoas próximas e, após uma negociação com a polícia, rendeu-se na madrugada do dia seguinte.