A 23.ª edição do Festival Músicas do Mundo (FMM) arranca este sábado. Decorre até 29 de julho, em Porto Covo e Sines, e inclui 42 concertos de artistas oriundos de 27 países diferentes.
Carlos Seixas, diretor artístico, destaca a programação da edição deste ano. De acordo com o diretor artístico, o objetivo é combinar nomes conhecidos, estreantes e “dar palco” a “artistas de várias geografias que têm dificuldade em mostrar aquilo que fazem”.
Entre os artistas já com uma carreira conhecida, mas que nunca estiveram no FMM, Carlos Seixas destaca a portuguesa Carminho, Lila Downs (México), The Selecter (Reino Unido), Nneka (Nigéria) e Rodrigo Cuevas (Espanha), entre outros.
Chico César (Brasil), Tinariwen (Povo Tuaregue/Mali) e Al Quasar feat. Al Sarah (França/Arménia/Líbano/Sudão) estão entre alguns dos repetentes.
Entre os nomes da música portuguesa, além de Carminho, estão a banda Expresso Transatlântico (responsáveis pela abertura, neste sábado, às 21h30, no Largo Marquês de Pombal, em Porto Covo), Tó Trips Trio, A Garota Não, Maria João e Carlos Bica Quarteto, B Fachada, Rita Braga, Rita Vian e Raia.
Entre os países de língua oficial portuguesa está o Brasil (com Céu, Chico César, Gilsons e ainda, num concerto especial, a Orquestra Maré do Amanhã) e Guiné-Bissau (Eneida Marta, Super Mama Djombo e Tabanka Djaz) que têm as maiores delegações.
Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe também marcam presença nesta edição, respetivamente com Tubarões, Ghorwane e África Negra.
Assumindo a “exigência de tentar fazer melhor do que nos anos anteriores”, Carlos Seixas, programador do festival desde a primeira hora, destaca a importância de “alargar audiências para géneros musicais e artísticos alternativos, que são, infelizmente,” vistos como “periféricos” e “menorizados” pela indústria convencional.
O facto de ser a Câmara Municipal de Sines a organizar e financiar o festival (que conta também com outros patrocínios), faz do FMM um caso “extraordinário” na Europa, onde “o serviço público está cada vez mais em perigo e as coisas são feitas dentro de uma perspetiva do entretenimento e não daquilo que é a coisa cultural”, comenta Carlos Seixas.
Além disso, Carlos Seixas recorda que o FMM “não é só concertos”, referindo as iniciativas paralelas, que pretendem continuar a ser um “agregador e motor da produção de pensamento e da descoberta cultural”.
Em 2017, o FMM recebeu o EFFE Award, atribuído pela European Festivals Association, por ser um “dos mais influentes festivais europeus”.
O preço dos bilhetes individuais custam entre 15 e 20 euros, enquanto o passe geral para os quatro dias custa 60 euros. Os ingressos podem ser adquiridos na BOL (bilheteira online) ou presencialmente, no Centro de Artes de Sines.