O deputado social-democrata Hugo Soares disse esta terça-feira que marca presença no Conselho Nacional que aprovará as listas às eleições legislativas para dizer "olhos nos olhos" ao presidente do partido aquilo que pensa e apontou com principal objetivo "combater o PS".
À entrada para a reunião do órgão máximo do PSD, que decorre hoje à noite em Guimarães, Hugo Soares, que ao que tudo indica foi afastado das listas para as eleições de outubro por "vontade expressa" da direção nacional e de Rui Rio, não confirmou se irá deixar de ser deputado, mas garantiu que não se irá afastar da vida política.
"É da mais elementar justiça que eu possa hoje vir aqui dizer ao presidente e ao Conselho Nacional, olhos nos olhos e cara a cara, e aos militantes, aquilo que tenho para dizer sobre a situação interna e sobre a situação nacional", afirmou o deputado eleito nas últimas legislativas pelo círculo de Braga.
Questionado sobre se vai ou não continuar a ser deputado e na vida política, o ex-líder parlamentar do PSD declarou que "há muita vida política fora do parlamento".
"Não tenciono nunca deixar de fazer política porque creio que é a mais nobre das atividades", referiu Hugo Soares, acrescentando: “Se há característica que creio que os portugueses me reconhecem é por me ter batido sempre pelo Partido Social Democrata, sempre pelo país e por ter algumas qualidades no combate ao PS e é esse combate que continuarei a fazer".
Hugo Soares foi o nome indicado pela concelhia de Braga do PSD para a representar nas listas pelo círculo de Braga, mas, segundo fonte da distrital social-democrata, foi "afastado por vontade própria e expressa de Rui Rio e da direção nacional" da lista proposta pela distrital do PSD/Braga.
Esta noite, o PSD, reunido em Conselho Nacional, vai, entre outros pontos, apresentar e votar as listas para as legislativas de 6 de outubro.
Direção do PSD afirma que só vetou nome de Hugo Soares, restantes divergências foram de ordenação
O secretário-geral do PSD defendeu hoje que a direção só excluiu um nome das listas de candidatos a deputados, o do ex-líder parlamentar Hugo Soares, considerando que as restantes divergências foram de ordenação.
“Há sempre neste processo de negociações cedências mútuas, mas o resultado final apresentado é largamente consensual e só num caso saiu ou entrou alguém sem colaboração com a comissão política distrital”, afirmou José Silvano, em conferência de imprensa, antes do arranque do Conselho Nacional do PSD, em Guimarães, distrito de Braga.
O secretário-geral social-democrata defendeu que, ao contrário do que foi divulgado na comunicação social, “apenas houve uma exclusão nas listas por parte da Comissão Política Nacional”, o do ex-líder parlamentar Hugo Soares. “E, mesmo neste caso particular de Hugo Soares em Braga, correspondeu às declarações de vontade do próprio, que sempre afirmou publicamente a sua não disponibilidade de integrar listas com este presidente”, disse.
Segundo José Silvano, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, por Setúbal, ou do vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, “nunca foram vetados”. “Apenas foi sugerida uma alteração de lugares que as respetivas comissões políticas distritais decidiram não considerar”, declarou.
O secretário-geral do PSD considerou ainda que só houve duas situações de rutura entre distrital e direção nacional, os casos de Setúbal e de Viana do Castelo.