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O primeiro-ministro, António Costa, concordou esta quinta-feira com o Presidente da República quando disse que "nada mudou" desde a formação inicial do Governo, considerando que "não há qualquer novidade" quanto aos casos de relações familiares entre membros do executivo.
"O Presidente tem razão. Primeiro, quando sinalizou que nada mudou desde a formação original do Governo. Pelo que, não só não há qualquer novidade que dê atualidade ao tema, como a experiência destes três anos provou não ter havido qualquer problema com estas duas coincidências", assinalou António Costa, numa declaração à agência Lusa, referindo-se aos casos das relações familiares entre os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e do Mar, Ana Paula Vitorino (casados), e do Trabalho, José Vieira da Silva, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva (pai e filha).
António Costa afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa "tem também razão quanto à necessidade de abrir o sistema político", aproveitando para recordar que, "dos 62 membros" do Governo, "36 são militantes do PS e 26 são independentes".
E continuou: "Só 13 já tinham sido membros do Governo e 49 nunca o tinham sido; 30 já tinham exercido algum cargo político (Governo, Assembleia da República, Câmaras Municipais...), 32 exercem cargos políticos pela primeira vez".
Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se limitou a aceitar a designação feita pelo Presidente Cavaco Silva, “que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros”.
O chefe de Estado disse ter aceitado essa solução “partindo do princípio de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções”.
“Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros”, salientou ainda o Presidente da República.
Já depois de Cavaco Silva ter respondido na quarta-feira que "não há comparação possível" entre o governo a que deu posse, em 2015, e o atual, Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que é "um facto histórico" que foi o seu antecessor que nomeou os quatro membros do governo com relações familiares.