Foi com "uma grande alegria" que a Real e Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento de Mafra recebeu a notícia de que o Papa Francisco tinha concedido, no domingo, a Coroação Pontifícia à imagem de Nossa Senhora da Soledade venerada na Basílica de Mafra.
O juiz da Irmandade, Francisco Simões do Paço, disse à Renascença que se tratou de um processo "moroso e complexo" e explica que esta decisão "é o reconhecimento por parte da Santa Sé da devoção à Santíssima Virgem presente na nossa imagem de Nossa Senhora, no Mistério da sua Soledade, o propósito de estender a todo o orbe católico a importância deste título mariano e o seu culto, fortalecendo assim a piedade cristã nas suas mais diversas expressões".
Este responsável explicou ainda que "o ato de coroar Nossa Senhora é reconhecer que ela é a Rainha da Igreja, de Portugal e das nossas vidas. É recriar na nossa comunidade a coroação celeste da Santíssima Virgem Maria como memorial da sua realeza e dispormo-nos a ser com Ela e como Ela".
Quanto à cerimónia de coroação, ainda não há data marcada, por causa das limitações impostas pela pandemia.
Esta é a "terceira coroação canónica em Portugal com caráter pontifício", sublinha o juiz da Irmandade Santíssimo Sacramento de Mafra. A primeira a ser coroada foi a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, em 1904. A segunda foi a de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, em 1946.
Numa mensagem enviada à Irmandade, o cardeal patriarca de Lisboa congratula-se pela "coroação pontifícia da imagem de Nossa Senhora da Soledade".
Para D. Manuel Clemente, "Irmão de Honra" desta Irmandade, "assim se ligam dois motivos tão essenciais" na Basílica de Mafra: "a devoção mariana e a fidelidade ao sucessor de S. Pedro".