De todo o mundo para este lugar. O verso inicial do hino da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) descreve bem este primeiro dia.
Na rotunda do Marquês de Pombal, onde estive entre as 16h00 e as 21h00, vi esta zona do centro de Lisboa transformar-se num rio com vários afluentes, rumo ao Parque Eduardo VII, por estes dias de JMJ apelidado de Colina do Encontro.
Da Avenida da Liberdade, da Fontes Pereira de Melo e da Rua Braamcamp não pararam de chegar, até ao início da missa de abertura da JMJ, peregrinos dos cinco continentes. Muitos exibiam bandeiras dos seus países. Entoavam cânticos, distribuíam sorrisos e conversavam com outros que nunca tinham visto antes.
Um português com quem me cruzei disse-me, emocionado, que era impossível ficar indiferente diante de tantos jovens, de tantos sítios diferentes. “Aqui está a esperança num mundo mais justo”, disse-me.
Pouco depois, uma brasileira contava-me, com naturalidade, que o que a trouxe a Lisboa foi o amor, o amor a Deus e aos outros.
Conheci também uma freira espanhola que me explicou que estava rouca de tanto entusiasmo – o grupo de 112 jovens, com quem viajou para Lisboa, fizera-a cantar e falar mais do que o habitual, e a voz começava a ressentir-se. “Têm sido dias muito bons”, constatou, feliz.
Mais surpreendente ainda foi o momento em que vi uma portuguesa de 75 anos despedir-se do grupo de jovens com quem seguia. Sentou-se nas imediações de um dos ecrãs gigantes, para dali assistir à celebração. “Prefiro ficar aqui à sombra”, disse-me. “Assim que soube que Lisboa ia receber a JMJ, decidi juntar-me aos jovens. São eles o futuro da Igreja”. Ficaria ali, durante toda a missa, num dos bancos da paragem de autocarro, emocionada a ver aquele mar de juventude. “Se hoje é assim, como será quando o Papa estiver connosco?”