A adesão no setor da educação à greve desta sexta-feira da função pública situa-se em torno dos 90%, disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, sublinhando a "grande resposta" dos trabalhadores às políticas do Governo.
"Na educação, aquilo que podemos dizer é que, praticamente, hoje será um dia sem aulas. São poucas as escolas que estão abertas. E das poucas que estão, a maioria vai encerrar dentro em pouco, porque os trabalhadores das cantinas e refeitórios também estão em greve", afirmou à Lusa Mário Nogueira, assinalando que "a greve (...) andará na educação na ordem dos 90%".
"Esta é mais uma grande resposta dos trabalhadores da educação e, de forma mais geral, da administração pública a esta política, que tem tanto de infame para a administração pública, como de destrutiva e perversa. Ao desvalorizar a administração pública, não se está apenas a atacar quem lá trabalha, está-se a atacar os cidadãos", resumiu.
"Quem trabalha nos serviços públicos - e isso não é diferente no caso da educação - não pode ficar alheio a estas políticas. Portanto, a greve de hoje teria, necessariamente, uma adesão tremenda e está a ter, porque é sobretudo um grito de protesto e de indignação de quem trabalha na administração pública", frisou.
O secretário-geral da Fenprof adiantou ainda que o setor da educação vai voltar às ações de luta em 13 de novembro - quando o ministro da Educação, João Costa, estiver no parlamento para apresentar a proposta do Orçamento do Estado para o setor - e assegurou que "os sinais de que os professores continuam disponíveis para a luta são iguais aos do ano passado".
A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública da CGTP anunciou a 9 de outubro a greve nacional de trabalhadores que decorre esta sexta-feira, considerando que a proposta do Governo de aumentos salariais para 2024 "é miserabilista".
Para o próximo ano está previsto um aumento salarial mínimo de 52 euros ou de 3% para os trabalhadores da administração pública.
A Frente Comum reivindica um aumento dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, para fazer face ao "brutal aumento do custo de vida".