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O adiamento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, para 2023, era “previsível” devido à pandemia de Covid-19, afirma o cardeal patriarca de Lisboa. Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente diz que a “absoluta prioridade” são as pessoas afetadas pelo novo coronavírus e vencer a doença que ameaça a Humanidade.
“Era uma notícia previsível desde que a pandemia se manifestou com esta intensidade e sabendo nós que ainda vamos ter de esperar um tempo longo, mais longo do que nós prevíamos, para que haja uma vacinação disponível e universal que possa evitar essa pandemia, era previsível que tudo se adiasse”, afirma o cardeal patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente explica que, na semana passada, recebeu um telefonema do cardeal Kevin Farrell, responsável pelo Dicastério para Leigos, Família e Vida, a comunicar a decisão de adiar a JMJ em um ano, para agosto de 2023.
“Disse-me que, em conversa com o Santo Padre e outros responsáveis, tinham achado mais prudente e mais viável que uma organização deste género, que se destina à juventude católica de todo o mundo e outros que queiram e possam vir, teria que ter em conta a atual situação da pandemia, esta atual previsão sanitária de que só desporemos de uma vacina universalizada daqui a um ano, tudo isto adia um ano.”
Nestas declarações à Renascença, o cardeal patriarca de Lisboa considera que, neste momento, a “absoluta prioridade” da Igreja deve ser a batalha contra a Covid-19 e ajudar todas as famílias diretamente atingidas.
“Com certeza, é uma absoluta prioridade quer em termos de igrejas particulares, como é a de Lisboa e as outras de Portugal, quer em termos de Igreja universal, como aquela que o Papa Francisco e os seus colaboradores diretos vão também dirigindo. Por isso, temos que ter em conta realidades que também são universais e para que tudo decorra da melhor maneira, sem perigos acrescidos e com grandes resultados como certamente terá quando, daqui por três anos, pudermos fazer as Jornadas em paz, aqui em Lisboa, e para gente que venha de todo o mundo”, sublinha.
D. Manuel Clemente considera que o adiamento por um ano da Jornada Mundial da Juventude dará tempo para preparar ainda melhor o encontro, que vai juntar em Lisboa entre um a dois milhões de pessoas.
“Preparar de melhor forma e também com as estruturas materiais que a Jornada importa, que são feitas em colaboração com as autarquias de Lisboa e Loures, e com o Estado português, que desde a primeira hora, quando a jornada foi anunciada, aderiu inteiramente, porque verifica o bom que isto é para a juventude portuguesa e de todo o mundo, pois temos mais tempo para progredir em todas estas frentes.”
O também presidente da Conferência Episcopal Portugal acredita que o entusiasmo à volta da JMJ 2023 vai ser reforçado e deixa uma mensagem de proximidade e esperança aos portugueses.
“Expresso o meu pensamento de toda a proximidade e companhia, em termos de intenção e de oração, porque estas coisas resolvem-se com Deus, como tudo o que é importante. Na certeza de que havemos de vencer esta pandemia, como a Humanidade já venceu outras, hoje com possibilidades muito reforçadas em relação ao passado.”
“Com tanta solidariedade que se está a manifestar, com tanta vontade da parte de jovens e daqueles que são jovens, há mais tempo de levar isto no sentido melhor da superação da pandemia e de nos encontrarmos mais unidos e mais à frente, é nesse sentido também que nós caminhamos para a Jornada Mundial da Juventude 2023”, conclui D. Manuel Clemente.