“A guerra está a criar uma situação tão diferente que há coisas que vão ter de ir mudando e estão a mudar”, afirma o chefe de Estado a propósito dos objetivos definidos para o Plano de Recuperação e Resiliência.
“As regras de equilíbrio do orçamento, o regime de exceção, já foram prolongadas por mais um ano, provavelmente serão mais um ano. Pode ser, se a guerra se prolongar muito, se chegue à conclusão de que a execução dos PRR de todos os países precisa de folga, de mais prazo”, considera Marcelo Rebelo de Sousa, ressalvando que “é tudo ainda indefinido, porque em rigor ainda ninguém sabe bem quanto tempo é que a guerra pode demorar”.
“A guerra está a durar, ninguém sabe por quanto tempo e está a ter consequências nos custos de tudo: da energia, das matérias-primas, de tudo o que se possa imaginar e que chega ao bolso das pessoas. E também tem nas obras. Não se sabe, numa obra que demora um ano, dois anos a executar, até onde poderá ir o custo. Isso é um problema para executar um plano”, explica.
O Presidente da República comenta assim as declarações da ministra da Presidência no programa Hora da Verdade (da Renascença e jornal Público). Mariana Vieira da Silva, que vai gerir a execução do maior envelope financeiro de ajudas europeias, admite que o caminho será de dificuldades e reconhece que “em toda a Europa” já se discute como é que se irá lidar com os efeitos da invasão da Ucrânia nos objetivos europeus.
“É um debate europeu”, afirmou. E Marcelo Rebelo de Sousa concorda: “Tudo o que vier a ser discutido, é discutido ao nível europeu e tem de haver um acordo”, disse nesta quinta-feira, em Braga, à margem de uma exposição militar.