A guerra na Ucrânia e o combate ao terrorismo em Cabo Delgado andaram lado a lado nesta terceira visita oficial do Presidente da República a Moçambique. O país que conhece bem há mais de 50 anos continua a “enfeitiçar” Marcelo Rebelo de Sousa e já está marcada nova visita para daqui a cinco meses, em agosto, a convite de instituições ligadas à diocese de Quelimane para a inauguração da catedral velha que, após obras de recuperação vai ser transformada num centro cultural.
Durante os quatro dias da visita oficial, Marcelo vagueou entre “o mergulho nas águas do Índico, o diálogo com os elefantes e a troca de impressões com a girafa”, até ao combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
O Presidente acredita que vencer o terrorismo é “sempre uma realidade muito difícil porque é preciso garantir que as populações se fixem e que a normalização da vida e a segurança sejam duradouras”, após a visita a dois centros de treino da União Europeia (UE), na Katembe e no Chimoio, onde está a ser dada formação aos militares moçambicanos destacados em Cabo Delgado.
Apesar de ter ouvido por parte dos militares a preocupação pelo facto de ainda não ter chegado o equipamento militar necessário às tropas moçambicanas, o Presidente prometeu que aquela província do Norte do país vai continuar a ser uma prioridade para a UE e para Portugal.
Em Moçambique, Marcelo Rebelo de Sousa sente-se em casa, diz mesmo que “a grande pátria irmã, fascinante, sedutora, enfeitiçante" tem um grande futuro promissor. Em apenas quatro dias, o Presidente da República manteve uma agenda frenética: teve encontros institucionais com Felipe Nyusi e com a Presidente da Assembleia da República, inaugurou um eco resort e a Academia Aga Khan em Maputo, visitou três unidades militares, a escola portuguesa em Moçambique, a universidade Eduardo Mondlane e condecorou duas personalidades da cultura moçambicana, o escritor João Paulo Borges Coelho e a ceramista Reinata Sadimba.
Marcelo Rebelo de Sousa andou nas ruas durante o “dia, noite e madrugada”, foi à missa na catedral de Maputo, voltou às 'selfies' e anunciou aos jornalistas a nova data da posse do governo, é já a terceira, o dia 30 de março.
Falou ainda dos tempos internacionais difíceis e salientou que, apesar das opiniões diferentes, Portugal e Moçambique têm o mesmo desejo de paz para a Ucrânia. E falou, em nome do primeiro-ministro, para garantir que a cimeira entre os dois países, que considera “crucial”, vai mesmo acontecer logo após a posse do novo executivo.
Em quatro dias, Marcelo disse e fez tudo isto, só faltou mesmo o mergulho no Índico. Em agosto, o Presidente regressa a Moçambique.