O Governo vai lançar em 2024 um programa de formação partilhada para atrair jovens médicos aos hospitais de territórios pouco povoados, um modelo que dará aos interessados benefícios salariais e de habitação.
O programa chama-se "Mais Médicos" e aplicar-se-á às sete unidades hospitalares localizadas em Bragança, Guarda, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, Santiago do Cacém e Beja.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, avançou que está a trabalhar com a Ordem dos Médicos para que o Modelo de Formação Partilhada arranque no início do próximo ano.
Na prática, a ideia passa por permitir que os médicos "mais jovens" trabalhem um período de tempo num hospital destas zonas e outro num hospital do litoral.
Ao Estado caberá premiar esta escolha, majorando a remuneração dos médicos que adiram quando estes estiverem no hospital de uma zona de baixa densidade populacional.
O ministro da Saúde não adiantou valores sobre a majoração das remunerações.
Quanto à habitação, Manuel Pizarro adiantou que as autarquias e os hospitais serão envolvidos para que sejam criadas condições de alojamento que "minorem a despesa excessiva de quem tem de trabalhar em dois sítios diferentes". "Na semana passada anunciamos que a contratação dos médicos especialistas será feita por cada instituição. Temos de reconhecer que há hospitais que partem em desvantagem. Há hospitais, cuja localização geográfica faz com que seja mais difícil atrair profissionais. Esses hospitais precisam de um programa especial para atraírem médicos não só especialistas, mas para o período de formação das especialidades", descreveu Manuel Pizarro.
Em causa estão especialidades como Medicina Interna, Cirurgia Geral, Anestesia, Ortopedia, Ginecologia, Obstetrícia, Pediatria e Radiologia. As especialidades de Psiquiatria e Psiquiatria da Infância e da Adolescência podem vir a ser incluídas no plano.
O programa será adaptado à realidade e necessidades de cada hospital.
"Nas especialidades onde há idoneidade formativa, estes hospitais mantém capacidade de atração de jovens especialistas. Por exemplo em Bragança não temos problemas com Medicina Interna porque há capacidade formativa e o serviço mantém-nos. Em Portalegre não temos problemas com Cirurgia Geral. Os problemas são distintos em cada hospital", descreveu o governante.
O programa arrancará no início de 2024 que é quando começa o próximo processo de formação de especialistas.