O secretário de Estado do Vaticano reafirma que a Santa Sé ”está pronta para toda e qualquer mediação que seja necessária”. Entrevistado pelos media da Vaticano, o cardeal Pietro Parolin manifesta preocupação pelas vítimas civis dos bombardeamentos em Gaza e pede “proporcionalidade na legítima defesa por parte de Israel”.
Pietro Parolin considera necessário “recuperar o sentido da razão, abandonar a lógica cega do ódio e rejeitar a violência como solução”.
Recorda que “é direito de quem é agredido poder defender-se, mas a legítima defesa também deve respeitar o parâmetro da proporcionalidade.”
Apesar de desconhecer qual é a atual margem de diálogo entre Israel e a milícia palestiniana do Hamas, o número dois do Vaticano espera que as conversações aconteçam “imediatamente e sem demora”, para se evitar mais derramamento de sangue, “como está a acontecer em Gaza, onde há muitas vítimas civis inocentes na sequência dos ataques do exército israelita.”
O cardeal secretário de Estado renovou o apelo do Papa Francisco a favor da libertação dos reféns que estão nas mãos do Hamas e pediu que o direito humanitário seja plenamente respeitado.
Parolin aproveitou para pedir a todos orações e proximidade espiritual e material, sublinhando que nesta região, "os cristãos são uma parte essencial da terra onde Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou”.
Na perspetiva da Santa Sé, “ninguém pode pensar na Palestina ou em Israel sem a presença cristã, que existe desde o início e existirá para sempre”. E, apesar da comunidade católica em Gaza ser apenas cerca de 150 famílias, “ali sofre-se muito”.
Parolin lamenta que o pároco de Gaza não tenha ainda conseguido regressar à sua paróquia, porque “tudo está paralisado, como se tudo estivesse dominado pelo medo e pela raiva”.
Apesar do que está a acontecer, a Santa Sé continua, no entanto, a defender que, "para alcançar uma paz verdadeiramente justa precisamos de chegar a uma solução de dois Estados que permita aos palestinianos e aos israelitas viverem lado a lado, em paz e em segurança".