Decorre em Lisboa a Web Summit 2021, a maior feira tecnológica mundial. Entre muitos outros assuntos, ali debate-se o papel do Facebook no combate aos discursos de ódio.
Entretanto, seguimos com preocupação notícias da reunião de Glasgow sobre iniciativas para travar o aquecimento global; a preocupação tem a ver com a incapacidade de vários líderes mundiais se comprometerem, a sério, com medidas que travem mesmo esse aquecimento.
Hoje reúne o Conselho de Estado, convocado pelo Presidente da República, que amanhã deverá anunciar a sua decisão sobre a data das eleições legislativas.
Mas este tema deverá ocupar apenas a segunda parte da reunião do Conselho: na primeira parte Marcelo Rebelo de Sousa e os conselheiros irão ouvir Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu.
Com tantos outros assuntos a chamarem a nossa atenção, terá interesse ouvir o que Christine Lagarde tem para dizer? Sem dúvida que sim, agora mais do que nunca.
Para Portugal é da maior importância a reação do BCE à subida da inflação na zona euro, que já ultrapassa 4%. Tem sido decisiva a intervenção do BCE no mercado da dívida para manter baixos os juros que o Estado português paga.
Para já, não se antevê uma subida dos juros de referência do BCE; mas o ritmo da compra de ativos por este banco central irá provavelmente abrandar.
Entretanto, a Reserva Federal, o banco central norte-americano, deve anunciar uma medida nesse sentido nos EUA.
Os juros da dívida pública portuguesa a dez anos têm-se aguentado a nível baixo (0,5%). Mas a situação poderá mudar, por exemplo se o BCE enveredar por um corte profundo na compra de ativos.
Não parece ser essa a atitude de Christine Lagarde. A presidente do BCE recentemente considerou ser temporário o surto inflacionista; mas depois manifestou dúvidas sobre esse carácter temporário.
O barril de “crude” (Brent) mantem-se à volta de 85 dólares, o que não é animador. Por isso importa conhecer o que pensa agora Christine Lagarde.