O ministro das Infraestruturas, João Galamba, diz ter condições para continuar após o seu pedido de demissão ter sido recusado pelo primeiro-ministro, António Costa, na passada semana.
Questionado pelos jornalistas à entrada de um evento em Lisboa, João Galamba remeteu mais esclarecimentos para a comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.
“Não vê que tenho imensas condições? Até estou a andar. Não tenho nada a acrescentar face ao que foi dito pelo primeiro-ministro”, disse.
Esta foi a primeira vez que o ministro das Infraestruturas falou desde a polémica que levou a que apresentasse o pedido de demissão. João Galamba participou no 32º Digital Business Congress, organizado pela APDC e, à saída do evento, evitou prestar mais esclarecimentos.
Galamba apresentou a demissão ao primeiro-ministro a 2 de maio "em prol da necessária tranquilidade institucional", que António Costa não aceitou. A polémica teve início uma semana antes, depois de um adjunto do Ministério das Infraestruturas ter sido exonerado "por ter adotado comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício de funções de adjunto de um gabinete ministerial".
Frederico Pinheiro acusou depois o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-presidente executiva (CEO).
O caso envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS na recuperação desse computador.
O episódio gerou uma divergência pública entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba.