O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, aconselha o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a fazer o seu trabalho e a não sacudir a água do capote quando vem defender que os imigrantes só devem vir com contrato de trabalho.
Questionado pelos jornalistas na Assembleia da República, nesta quinta-feira, Eurico Brilhante Dias lembrou que os contingentes estiveram suspensos na altura em que Carlos Moedas integrava o Governo de Pedro Passos Coelho.
“Fala de contingentes, quando os contingentes estiveram suspensos durante muitos anos, por decisão, também, do Governo de que fez parte”, afirmou Brilhante Dias, que acusou Carlos Moedas de “um profundo desconhecimento sobre o processo de emissão de vistos, em particular, de autorizações de residência”.
Em entrevista à Renascença e ao jornal Público, Carlos Moedas disse que “temos que estabelecer contingentes daquilo que precisamos”, pois “precisamos de mais pessoas”, mas “essas pessoas têm que chegar com dignidade.”
Na entrevista ao programa Hora da Verdade, Carlos Moedas lamentou que tenhamos, neste momento, “pessoas a chegarem a Portugal sem promessa de trabalho”, e criticou o “novo visto que não faz sentido nenhum” pois “é um visto para as pessoas chegarem e procurarem trabalho”.
Para Eurico Brilhante Dias, “o presidente da câmara de Lisboa tem de se concentrar nas suas funções, nas suas atribuições” e assumir as suas responsabilidades.
“Não sacuda a água do capote e, acima de tudo, cuide dos lisboetas, que é essa a sua principal tarefa”, acrescentou o líder parlamentar do PS.
Na entrevista, Carlos Moedas defendeu que os imigrantes “não podem vir para o nosso país sem terem um trabalho” nem “condições nenhumas”.
A situação atual tem levado a que cada vez mais estrangeiros cheguem ao país sem trabalho nem alojamento. “Temos pessoas que têm um arrendamento de uma casa e depois subarrendam a casa a 20 ou 30 pessoas”, lamentou Carlos Moedas que considerou este cenário “escandaloso”, pelo que defendeu “uma política que acompanhe os imigrantes.”