O Supremo Tribunal de Espanha reemitiu, esta segunda-feira, um mandado europeu de detenção contra o antigo presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, após a condenação, esta manhã, de nove líderes políticos independentistas catalães.
Puigdemont era líder da região autonómica durante o referendo de 1 de outubro de 2017, que foi considerado ilegal e suspenso pelo Tribunal Constitucional. Face à esmagadora vitória do sim pela independência, proclamou uma república catalã, mas, face à ameaça de detenção, fugiu para a Bélgica a 28 de outubro, onde continua exilado até hoje.
Esta não é a primeira vez que a sua extradição para Espanha é requerida. Em julho de 2018, as autoridades alemãs recusaram um pedido nesse sentido da Justiça espanhola.
O juiz Pablo Llarena pediu a emissão do mandado apenas quatro horas após o Supremo Tribunal ter tornado públicas as condenações, dando assim luz verde a um pedido do Ministério Público.
O mesmo magistrado criticara em 2018 a decisão do Tribunal de Schleswig-Holstein, falando de uma “indevida intromissão”. Para além disso, considerou que a acusação ao ex-líder catalão deveria ser de rebelião e não de peculato, um crime mais leve.
"100 anos de prisão"
Na reacção à condenação dos colegas do executivo então em funções, Puigdemont sublinhou que a soma de todas as condenações ultrapassa os 100 anos. Apelida a decisão de “atrocidade" e pede uma reação da sociedade catalã, pelo "futuro dos nossos filhos e filhas", em nome da democracia, da Europa e da Catalunha.