O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar duvida das previsões do Governo que aponta excesso de especialistas daqui a dois anos.
"Excesso nunca teremos", diz mesmo Nuno Jacinto, à Renascença.
De acordo com o jornal "Público", 2024 terá um pico de aposentações que serão compensadas nos anos seguintes com a contratação anual de jovens especialistas.
O representante dos médicos de família recorda que "já sabíamos que o pico de reformas ia ser ultrapassado" e diz que a falta de médicos só se resolve se a profissão for mais atrativa.
"O que depois vai acontecer é que, devido ao reforço geracional, o número de reformas vai cair muito. Mas depois temos que garantir os colegas que vão formando vão ficando no SNS", explica.
"Esse tem sido um dos grandes problemas. Se não tivermos capacidade de os fixar no SNS não vamos ter médicos excedentes", acrescenta, ainda, Nuno Jacinto.
Ministério da Saúde não esclarece metodologia
Questionado pela Renascença, o Ministério da Saúde refere que as previsões "decorrem da análise realizada no Ministério da Saúde no âmbito do planeamento de recursos humanos".
No entanto, o Governo não esclareceu as perguntas da Renascença consoante à metodologia que leva a que estes resultados sejam alcançados.
Em resposta escrita, o Ministério de Saúde garante estar "medidas em curso no Serviço Nacional de Saúde para reforço e valorização da Medicina Geral e Familiar".