Com milhares de pessoas em dificuldades e os pedidos de ajuda a aumentar, o Banco Alimentar contra a Fome inicia, nesta quinta-feira, uma nova campanha de recolha de alimentos.
Sem voluntários nos supermercados por causa da pandemia de Covid-19, desta vez a recolha será feita apenas através de vales disponíveis nos supermercados e do portal de doação na internet.
Segundo a presidente da Federação de Bancos Alimentares, são mais de 430 mil as pessoas apoiadas pela instituição neste momento. Perto de 58 mil chegaram com o confinamento imposto pelo novo coronavírus.
“Já recebemos mais de 15.900 pedidos, que correspondem a cerca de 58 mil pessoas, que vêm acrescer àquelas que já recebiam o apoio alimentar”, afirma Isabel Jonet à Renascença.
“Estes números são muito impressionantes, porque são pessoas que, na sua maioria, não estavam habituadas a pedir ajuda alimentar e que se veem agora numa situação muito muito difícil, porque ficaram sem qualquer rendimento ou remuneração”, destaca.
"Ajude a preencher este vazio" e o nome da campanha que agora começa e que se prolonga até ao dia 31 de maio.
Vales ou internet
“A ajuda não pode parar, mesmo na impossibilidade de ter voluntários nos supermercados para realizar a já tradicional campanha de recolha de alimentos”, refere o Banco Alimentar em comunicado.
Por isso, “os Bancos Alimentares Contra a Fome apelam aos portugueses que, entre 21 e 31 de maio, contribuam fazendo os seus donativos através da Ajuda Vale nas caixas dos supermercados e/ou do portal de doação online", refere ainda a nota.
A modalidade Ajuda Vale já foi usada em campanhas anteriores, possibilitando a contribuição através de vales de produtos, que estarão disponíveis até 31 de maio nas caixas dos supermercados e as doações também são possíveis através do site de doação online da organização.
"A ajuda não pode parar, muito menos agora quando é ainda mais preciso", reforça Isabel Jonet no comunicado do Banco Alimentar.
Em 2019, os 21 Bancos Alimentares em atividade em Portugal distribuíram 23.382 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 31,7 milhões de euros), num movimento médio de 93,5 toneladas por dia útil.
Cerca de 2.400 instituições foram assistidas, e os alimentos entregues a perto de 380 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas, de acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
[Notícia atualizada às 12h00, com declarações de Isabel Jonet à Renascença]