A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) garante estar atenta ao que se vai passando com os dispositivos médicos, como próteses e “peacemakers”.
É a reação à notícia de que, na última década, morreram 83 mil pessoas e milhões de outras estão em sofrimento por causa de dispositivos médicos defeituosos, autorizados a entrar no mercado, apesar de regras negligentes nos testes e falta de transparência.
“Os portugueses podem estar tranquilos”, garante o Infarmed ao jornal “Público”, acrescentando estar atento, “como toda a rede europeia de vigilância de dispositivos médicos, aos problemas que ocorrem noutros países”.
“Em Portugal, o panorama tem sido muito tranquilo”, adianta ainda a mesma fonte.
A notícia dos dispositivos médicos defeituosos decorreu de uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, que expõe falhas na regulação de aparelhos médicos como “pacemakers”, ancas artificiais, contracetivos e implantes mamários – alguns dos quais não foram testados em pacientes antes de serem autorizados a entrar no mercado.
Como consequência, estes dispositivos causaram lesões e levaram a que muitos doentes fossem submetidos a operações de acompanhamento. Alguns chegaram mesmo a perder a vida. Os doentes em causa não foram alertados para os perigos.
Em Portugal, têm-se registado alguns casos de ruturas de implantes mamários – 80, nos últimos anos, que envolveram 67 mulheres. Em causa estava a utilização de um gel de silicone ilegal.